Gostaria de poder dizer, de contar a vocês, a história daquelas três velhas senhoras.
São irmãs, são pintoras, são amantes da poesia, mas são também diferentes entre si, qual cão e gato, são medrosas as velhas senhoras, fantasiosas, eruditas as ditas senhoras.
Uma é professora com “P” maiúsculo, de grau colado na velha Escola Superior de São Carlos, outra a Doutora, é medica-pediatra de velha data, das primeiras pioneiras, a ousar de tal maneira, de tese defendida, doutora com louvor, a terceira não tão velha, de cara de gato como a primeira, mais moça, mais bonita, mais moderna, e decidida, é pintora premiada também como a primeira, mas esta é formada pela Escola Superior de Belas Artes de São Paulo.
São todas pioneiras, todas elas tradicionais senhoras, em maneiras e formação, dos pioneiros descendentes, filhas daquelas gentes que desbravaram o sertão, netas dos bandeirantes, tataranetas de Bartira a filha de Tibiriçá. Trazem nas veias o sangue azul de além mar, e dos gentios donos da terra, gente forte, de boa fibra.
Quando disse tradicionais em maneiras, me esquecera da segunda, irreverente por profissão, moleca desde sempre, aquela que destoava da criação dada aos irmãos, boa gente entretanto, boa médica eu garanto.
São vaidosas as senhoras, vaidosas e coquetes, muito mais a primeira que é mimosa e cheirosa, cheia de tremeliques, enquanto estabanada a segunda e, sisuda a terceira de bom coração, aliás o que é predicado de todas elas, de uma mais que de outras, mas todas o têm, disso estou certa.
Á primeira, velhinha coquete e mimosa, devo minha formação, á segunda, sem dúvida por vezes sem fim, á sua profissão e devoção, devo a vida e, á terceira e sincera amiga, venho devendo grande incentivo e solidariedade!
Que Deus abençoe ás velhas senhoras, senhoras velhas do meu coração!
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