domingo, 11 de setembro de 2011

T R I L O G I A - O MEU ELOGIO Á LOUCURA

                  T R I L O G I A

       MEU ELOGIO Á LOUCURA

                   TOMO TRÊS



       Não é um tênue fio que me prende á razão aparente, é apenas, pura e simplesmente, a falta de forças para passar a gritar forte, desvairada, tola completamente. Apenas a falta de força, de ânimo, me impede a chamada loucura total, salvam-me da camisa de força e, como não tenho força, sou forçada a continuar a trabalhar, a sofrer, a viver, correr, pois continuam a me requisitar, como se sã estivesse, como se o meu normal, fosse esse em que me apresento hoje.

     Não sei se estou louca, sei apenas que me surpreendo em ânsias de berrar, de gritar desvairadamente, de “por a boca no mundo” e, deixar extravasar todo esse caudal contido, reprimido, que anseia por explodir, por correr.

       Surpreendo-me, ás vezes, vendo-me, sentindo-me pular, saltar, cair andares abaixo, deslizando pelo vácuo, enquanto enxergo o corpo que cae; aqui, aqui mesmo, pesado e contido na apatia total do deixar ficar.

      Desdobra-se meu ser, em um que vai, que age, que grita, pula, salta, que se manifesta mesmo que em fuga, mas que atua e, em outro, que fica, permanece a se consumir, apaga-se em não ser.

          Será loucura? Senão for, o que será a loucura então? Poderá alguém dizer, definir o que é dor, o que é são, o que é apenas mal momentâneo, circunstancial e, o que já extravasou o limiar, a linha limítrofe do seu eu?

        Não sei, sei apenas que me sinto presa, pesada, sem forças até para passar a ser noutra dimensão, de gritar pela amplidão, mergulhar na imensidão, de saltar da solidão.

Nenhum comentário: