domingo, 10 de março de 2019

TEMPO DE...

                                                  TEMPO DE...

                                                                               


                                                    


                Sou do signo de Câncer, prima-irmã dos caranguejos, mulher nascida no tempo dos anos idos, se bem que ainda ache que o de hoje me pertence e eu a ele vez que convivemos dia a dia, acompanhando mutuamente as mutações, procurando nos entender e por vezes nos estranhamos, outras nos regozijamos, somos na verdade atemporais eu e ele.
                Um lado tradicionalista e apegado a afetos, costumes e a coisas como o ninho, outro levado e aventureiro encarando evoluções como transmutações e conquistas, não com isso que aceite qualquer revolução, pois respeito minhas convicções e não sou “vaquinha de presépio” ou “folha de bananeira dançando ao sabor dos ventos” dos modismos apresentados com roupagens de intelectualidade.
                Estou de escanteio no momento, sem encanto saboreando com saudosismo o canto por tempo determinado e futuro e tempo indeterminado.
                O tempo é estranho! Não imutável, mas sempre presente e surpreende exibindo novas paisagens e passagens.
                Obriga ao desapego enquanto exige continuidade e persistência, controverso o tempo!
                Por vezes nos rouba a poesia, mantendo-nos em nostalgia, sentimento tão diverso!
                Aqui estou no meu canto, curtindo o aconchego, revendo memórias e me aninhando enquanto ativo a curiosidade buscando o sabor e indagando do cheiro e da cor e ainda do macio que virão, não sei por quanto tempo ou quando, mas sei que virão com os amanhãs.

                                                             Mariza C.C. Cezar