terça-feira, 13 de setembro de 2011

LEMBRANÇAS DE RIBEIRÃO PIRES

                    LEMBRANÇAS DE RIBEIRÃO PIRES

               Venho acompanhando prazerosa e agradavelmente surpreendida, não apenas com a elegância literária, como com a fluência rica de sentimentos e lembranças, as crônicas de conhecido colunista, crônicas essas que em muitos temas ou pormenores, são de uma geração a que pertenço.

               A crônica sobre Ribeirão Pires, aflorou em detalhes lembranças da minha infância, em que deslumbrada pelo encantamento da serra e da viagem de trem, chegava á casa de uma tia materna, a minha pediatra e madrinha de crisma que, ao se casar, para lá se mudara.

              Lembranças da íngreme ladeira que subia, para chegar á casa dessa querida tia, no alto de um morro, subida essa com apenas uma parada para grudar o nariz e as mãozinhas espalmadas, á vidraça de um sobrado do caminho que... maravilha! Era uma fábrica de multicoloridas bolas de aljofre, para árvores de natal.

              Lembranças das decidas desse mesmo morro, pelo outro lado, com um pequeno balde de praia, cheio de minhocas, colhidas do chão de terra do quintal, para pescar lambaris, em uma das lagoas ao pé do morro, o que era sempre uma experiência divertida, mas que fez a menina sensível passar a infância e adolescência, sem comer peixe, com a lógica irrefutável de que, se eles comiam a minhoca, ao comer sua carne, estaríamos comendo, no mínimo, o suco delas impregnados em seus brancos filés ou suculentas postas.

             Lembranças também da igrejinha trepada em outro morro e das quermesses em que me deliciava, principalmente queimando estrelinhas até que a borra de uma delas me queimou o pé.

            Tantas lembranças me trouxe essa crônica! Tantas lembranças agradáveis do meu tempo de menina reportando-me a um tempo em que tudo era festa, novidade e certezas, em que tudo era possível, os sonhos realidade e a própria realidade um canteiro de sonhos!

            Ribeirão Pires foi uma parte desse passado cheio de magia, e pelas próprias características topográficas, lembrando um presépio, se encaixa perfeitamente no mundo  de encantamento  que tanto colore  e embeleza  o campo das lembranças.

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