Quisera me chamar Gavião
Tal qual o meu ancestral,
Aquele bisavô materno
Homem afeito ás ervas,
Caboclo de outras eras,
Homem forte, homem bom.
Senhor de suas terras
De cultivo, pasto e matagal,
“botânico, químico e médico”
Que com amor cultivava heras,
Plantas as mais diversas,
Misturando-as e ministrando-as
Aos doentes seus,
Com amor e dom dado por Deus.
Suas curas correram léguas,
De sua “ciência”, foi o povo,
Aos poucos tomando consciência
E, as tropas, em cavalos, burros e éguas,
Do mais longínquo sertão,
N’um crescendo começaram a chegar.
Os homens pedindo, a rogar
Ao senhor daquelas terras,
A graça de aos seus doentes curar
E ele, homem de tantos afazeres,
Senhor de terra e dos seus,
Não pôde ou, não soube,
Por seus princípios cristãos,
Fugir ou, negar ajuda a seus irmãos
E, em amor e caridade,
Aquele senhor Gavião,
Homem direito e ás antigas,
Crente por formação,
Passou ás gentes ajudar,
Aos doentes curar
Com amor e dedicação,
Sem um mil réis cobrar
Em gênero ou espécie
Pois, o que fazia,
Fazia como uma prece
De amor e gratidão
Á mãe natureza,
E aquela beleza
Do dom que Deus lhe deu!
Dele me orgulho como ancestral,
Sinto carinho por ele e sua história,
De homem sábio, probo e bom.
Que Deus o tenha
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