sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DESGOSTO/AGOSTO

                            DESGOSTO/AGOSTO

                     Quando criança ouvia sempre dizer que agosto era” o mês de cachorro louco” e esse comentário dava um “ar” aziago ao mês que já trazia em si, logo “ de cara”, uma partícula negativa que atestava a ausência de gosto ao mês e, com tudo isso mais a estranha comemoração dos cursos jurídicos 11 de agosto, considerado o dia do “pindura”, trazia em si um caráter de calote, de algo censurado pelos mais velhos que abominavam a brincadeira dos acadêmicos tidos como moleques irresponsáveis e inconseqüentes.

                    Hoje mesmo, na sala de espera de um consultório médico, eu comentava com uma amiga, em tom gaiato que: ás vezes não me sentia formada, por não ter participado de nenhum pindura ao longo do curso de direito, pois a moleca que sempre existiu em mim, não me perdoa ter passado pelo curso sem ter participado de tal aventura, mas ponderei também que nos anos 66 aos anos 70, a política estudantil priorizava a atenção dos estudantes em época da repressão em que vivia todo o País.

                  O que acontece é que me sinto frustrada, roubada como por certo roubado foi o próprio mês, do seu nome de direito  pois, o oitavo mês do ano, deveria ser chamado de octubro que vem de oito, passando a ser agosto porque Augusto César não querendo ficar atrás de Júlio César que usurpara o sétimo mês, chamando-o em própria homenagem de julho, passou a chamar de agosto ao oitavo mês, assim ficou instalado o caos, a desordem no calendário que veio a ser sacramentado pelo Papa Gregório e que como calendário Gregoriano, está em uso até hoje sendo o calendário oficial.

                Vejamos: o mês 7 que deveria ser septembro passou a julho e, o mês 8 que deveria ser octubro, chama-se agosto, já o mês 9 que seria novembro, vem a ser setembro, o mês 10 que pela lógica chamar-se-ia dezembro, passa a ser octubro e, o mês 11 então, chama-se erradamente de novembro e o mês 12 volta para dezembro,  e instalou-se a inversão de valores, sacramentou-se a bagunça tida como organizada mas, desorganizada ficou a energia reinante e a contagem de tempo da humanidade que passou a correr atrás de valores falsos e do tempo, dando a coisas, aparências e ao próprio tempo, um valor totalmente equivocado e a mensurá-lo como moeda cambial.

                  Vivemos em tempo irreal, valorizando coisas e seres a partir de parâmetros falsos como irreal é o velho jargão da minha infância pois, agosto o oitavo mês, tem como ícone o infinito que é um oito deitado e também chamado de “l’ochio de Dio” o que nos lembra da nossa responsabilidade na lei de causa e efeito, dizendo que assim em cima como em baixo, ou melhor que, o que plantarmos colheremos e que, está portanto em nossas mãos, obter o sucesso pleno que o número oito preconiza.

               Mudemos falsos conceitos e curtamos com alegria o oitavo mês que tudo tem em sua simbologia para nos transmitir e proporcionar sucessos e alegrias dependendo apenas de nós, de nossas crenças e expectativas e ainda das nossas atitudes.

               De minha parte para todos, um feliz e prazeroso agosto neste 2011 e em todos os anos que a este seguirem.
                           

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