sexta-feira, 26 de agosto de 2011

QUANDO EU MORRER...

  


                  QUANDO EU MORRER... 
                 Quando eu morrer,

                 quando de verdade morrer,

                 com atestado passado,

                 óbito selado

                de firma reconhecida,

                oficializado,

                não vou dizer que:

               "não quero choro e nem vela",

               pois se vela de fato não quero,

               um choro real, sentido, daqueles

             que dizem de perda, de amor,

              de saudade, bem que eu queria

              mas, que adianta querer ou,

              dizer da vontade?

              De que  adianta preferir

             este ou aquele velório,

             caixão, flores sequer?

             Cemitério ou forno crematório

             quando por certo, nem quem do

             corpo se encarregue,

             quem o defunto carregue,

             a alma  a Deus encomende

            terei?

            De que adianta dizer

            Que gostaria de flores,

            das flores  que em vida

            não ganhei,

            que me agradariam saudades

        quando em vida ignorada?

       Que presenças sinceras,

       silêncios respeitosos

      encantariam minha alma,

     quando em vida não as tive,

    quer presenças presentes,

    quer sinceras, silenciosas,

   quer respeito, encanto ou

   mesmo alma?

   Que será do corpo morto,

   do defunto que em vida

   nada teve, como não teve

  na verdade e, de verdade,

  vida?

6 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!!!!!

Anônimo disse...

A morte sempre foi um mistério para os seres humanos...o divisor de águas...só que agora, nesta época, é o limiar, a passagem para uma nova dimensão...muito bom!bjus,Monica

inonimado disse...

Se choro ou vela terá, eu não sei, mas um gemido fundo, profundo, abissal eu te darei.
Um grito de dor que nem sairá da garganta, e me lembrarei de uivar...
Assim como lobas ferozes que se envolvem e se movem entre tapetes e sofás, entre risos e ancestralidades, entre um índio atávico e um momento mágico... e para sempre me lembrarei... se sou é porque primeiro és....
Te amo...

como é o nome do livro???
dois corações e quatro mãos.... não, acho que não era bem isso... como era??
sua memória é sempre melhor que a minha!!!

Gisele disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Gisele disse...

kkkkkkk...acho que aprendi a colocar meu nome...kkkkk...sempre à minha frente essa tia pra frenteques

Suely Ribella disse...

Quando eu morrer... um dos mais belos textos seus, Mariza!

VELOCIDADE

Um dia, outro dia,
quase sem respirar,
sem pausa para entender
a vida sem graça,
o amor tão distante,
a morte que passa
ali adiante...

Suely Ribella ©