domingo, 16 de fevereiro de 2014

ODE AO PECADO!

                                                                                                                                               
                                                                   
                                              

                     ODE AO PECADO!
                                                                                                      

                    Que seria da poesia se eliminássemos o ego e com ele, extinguidas fossem as paixões, os ardores, arrebatamentos inflados, insuflados, alimentados pelos pecados grandes ou pequenos, todos eles, assim como os vícios menores ou maiores.
                    Acabaria ainda a famigerada culpa advinda de consciências escrupulosas, permissivas ou relapsas!
                    Todas essas mazelas da alma, essas deturpações de caráter, esses desequilíbrios emocionais, essas doenças psíquicas, morbidez e desvios de conduta, todos esses erros e falhas tão próprios e característicos da condição humana, se extinguiriam da face da Terra!
                    E o bicho homem, o “homo sapiens”, sem o sal da vida salpicado de  doces ou cheirosas pimentas que salivam a boca, ascendem narinas , esbugalham  os olhos despertando apetites, incentivando gulas e acirrando desejos e lascívias, com a aceleração metabólica e da química orgânica e hormonal, alimentadas pela fermentação de frutos e do espírito engarrafado de tão prazeroso  buquê e gosto, não mais se embriagariam, não mais teriam desejos despertados, envolventes ou dominantes!
                 Sem o sal e o espírito da vida, ingredientes tão afeitos ao ego, a raça humana se transmutaria, passaria à ascensão e em beatitude plena, em paz eterna se comprazeria em ser, em amar universal e eternamente ao som das esferas, nas cordas de harpas dedilhadas por belas entidades assexuadas!

                                Mariza C. de C. Cezar
                                                   

                                                                      

                                                         

2 comentários:

Suely Ribella disse...

O que seria da vida sem essa poesia,
a vida, em que o amor é tudo e o sexo é um belo e gostoso complemento?
O que seria da vida sem essa liberdade de amar e ser?

Bjs, querida Mariza!

Gisele disse...

Se não houvesse mais ego, talvez a poesia fosse o próprio acontecimento puro no instante do fato em si mesmo e como não seríamos não precisaríamos de registros. Só filosofando um pouco em ciam dessa bela poesia-poema