MOUCOS
Ave fora do ninho!
Folha avulsa, solta no
mundo,
sem raízes ou iguais!
Sem frutos, sem flores,
sem companhia sequer,
nenhum igual!
Se fala, canta ou chora,
o eco responde,
devolve o som
carregado de sentidos,
de lamentos tidos,
ou de risos havidos,
que ecoam em alto tom!
Rechicoteiam sem destino,
sem pouso, sem acolhida!
Repicam daqui para ali,
ecoam pelo vazio
de ouvidos moucos,
até ficar rouco
e, em soluços, trôpego,
intermitente até parar,
finalmente calar!
Não mais!
Nem nunca mais!
MarizaC.deC.Cezar
Um comentário:
Por vezes nos interessa não ouvir...
Seus versos são para ler e ouvir...
Bjs!
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