sábado, 27 de outubro de 2012

CLARIDADE

 
 
 

              CLARIDADE

             As dobras e amarfanhados do lençol branco, se mesclavam á sinuosidade nua, do alvo e lânguido corpo bem torneado que preguiçosamente se deixava descansar, com gotículas de suor a brilhar á claridade da lua cheia penetrando pela janela aberta.

             Aquela claridade indiscreta revelava segredos de amor e de alcova!

             Ao lado do corpo nu e feminino, entregue ao repouso com a sensualidade do prazer alcançado e ainda saboreado, curtido, prolongado na entrega total, outro corpo também nu,  másculo e bem definido, bronzeado e  também exânime, em merecido repouso na entrega do dever cumprido, o repouso do guerreiro satisfeito.

            A claridade  atrevida da lua cheia, revelava a beleza das formas dos parceiros e também do encontro  havido há pouco, naquele leito cúmplice e palco da batalha, bailado e desempenho do amor, da paixão e do sexo jovem em sua plenitude de romance e ardor!

           Aquela mesma lua indiscreta aqui, com sua claridade brilhante na noite escura, em outra janela, talvez revele outros segredos, quem sabe torpes ou sangrentos e, acolá clarearia o caminho ermo e escuro de um pobre andarilho sem pouso e sem recursos, em busca de um destino em que pudesse largar o corpo alquebrado, sedento, faminto de amor e de pão!

         A mesma claridade, cúmplice na noite escura, de enredos diferentes de vida.       

                  
                        

Um comentário:

Anônimo disse...

Mariza, lindo texto!!!!Beijos
Sonia