CLARIDADE
As dobras e amarfanhados do lençol
branco, se mesclavam á sinuosidade nua, do alvo e lânguido corpo bem torneado
que preguiçosamente se deixava descansar, com gotículas de suor a brilhar á
claridade da lua cheia penetrando pela janela aberta.
Aquela claridade indiscreta
revelava segredos de amor e de alcova!
Ao lado do corpo nu e feminino,
entregue ao repouso com a sensualidade do prazer alcançado e ainda saboreado,
curtido, prolongado na entrega total, outro corpo também nu, másculo e bem definido, bronzeado e também exânime, em merecido repouso na
entrega do dever cumprido, o repouso do guerreiro satisfeito.
A claridade atrevida da lua cheia, revelava a beleza das
formas dos parceiros e também do encontro
havido há pouco, naquele leito cúmplice e palco da batalha, bailado e
desempenho do amor, da paixão e do sexo jovem em sua plenitude de romance e
ardor!
Aquela mesma lua indiscreta aqui,
com sua claridade brilhante na noite escura, em outra janela, talvez revele
outros segredos, quem sabe torpes ou sangrentos e, acolá clarearia o caminho
ermo e escuro de um pobre andarilho sem pouso e sem recursos, em busca de um
destino em que pudesse largar o corpo alquebrado, sedento, faminto de amor e de
pão!
A mesma claridade, cúmplice na noite
escura, de enredos diferentes de vida.
Um comentário:
Mariza, lindo texto!!!!Beijos
Sonia
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