TEMA RECORRENTE...
Saudade!
Tão grande saudade surgiu assim num repente, enquanto
dentro da rotina armava e ligava o notebook ouvindo a música que anunciava a
abertura da última novela da noite, uma novela até agora bem sem graça.
Saudade repentina e dominante e nem sei ao certo de
que ou de quem.
Seria saudade de mim? Daquela que fui ou daquela com quem sonhei, construí projetos, romanceei
sucessos? Saudade sim! Seria do passado cheio de azafamas, esperanças e sonhos
ou saudade das maquetes construídas por esses sonhos e projetos que acreditava
atingiria na vida e com eles boniteza e realizações?
Essa saudade trouxe melancolia, certo aperto no peito
e sensação longínqua de lagrimas nos olhos.
O nariz que nesses momentos se manifesta, permanece
sem o esperado ardor. Impassível se coloca de expectador, esperando para ver
onde essa saudade vai dar ou levar.
Saudade, dizem ser perda de tempo, coisa do passado e
sem lugar nestes tempos virtuais em que ninguém tem, nem perde tempo e tampouco sentimentos reais.
Dinamismo e impessoalidade fazem a moda, a onda do
momento em que velhos chavões se tornaram o apogeu da intelectualidade
dominante!
Tantos os filósofos a repetir conceitos e a
atribuí-los a autoridades e destaques da intelectualidade com projeção no
Google ou ainda no aspecto religioso ou místico, uma chuva de conceitos e de frases
feitas ou normas, como se fossem verdades incontestes!
E essa saudade repentina me fez menina, como se
quisesse voltar a um ritmo de vida doce e com futuro certo, com afetos sinceros
e amigos e família de carne e osso com abraço amoroso e afeto real!
Ao escrever sobre essa saudade, o que fiz foi digeri-la
e sem me libertar dela, voltei à rotina, à realidade crua que se é nua, não é
despida de sonhos, vez que sou incorrigível!
Volto ao meu dia a dia e por hora, ao burburinho da
internet a abraçar amigos e parentes pelo veículo virtual, esse veículo mágico
que nos leva a grandes viagens e sonhos, que encurta distâncias e tempo, sem
tempo para saudade, pois tudo é rápido e está prontamente ao alcance na
dinâmica do agora e já.
Mariza C.C. Cezar
3 comentários:
Um ator disse que não gostava de ver nenhum trabalho seu antigo, pois aquele jovem, forte, cheio de energia e com a vida pela frente não era mais ele. Eu gosto desse ir e vir, eu me vejo bebê, menina, jovem, nos filmes de família e adoro que meus olhos e nariz façam coro juntos por causa da saudade derramada dos que lá estão e que não posso mais afagar. Sou feliz agora, avó de três amorzinhos e duas amorzinhas com quem brinco, me divirto, acalanto, beijo e que estão sempre comigo e com o vovô Luiz, outro integrante da troupe, que monta em nossa sala as barracas dos acampamentos do final de semana, compra lanterna para eles, filma, fotografa e ri, leve, também feliz da vida. Quando nos vemos há décadas atrás, somos imensamente gratos por essa caminhada amorosa e cúmplice, pela família que construímos e por sonhos ainda a realizar. Não nos furtamos à saudade, seja ela gostosa ou triste. Beijos, minha querida.
Bem lembrado, cara amiga. A saudade é a nossa eterna companheira. Nos remete sempre a um passado, ora alegre, ora triste, arrancando-nos da realidade que, no final de sua bela crônica, você tão bem soube explicitar. Um abração.
A passos largos eu vou
buscar a felicidade,
ela não sabe onde estou,
e dela tenho saudade.
Suely Ribella ©
Postar um comentário