INSTANTÂNEOS DA ALMA...
O colorido das maquiagens ou
dos contrastes da tez, cabelos, o brilho dos olhos e dos lábios em sorrisos, as
posturas altivas, elegantes, apresentam belas figuras animadas pela vida e seus
movimentos!
Fotos que registram esses movimentos,
esses flagrantes de vida, em instantâneos ocasionais ou artísticos, quer em
preto e branco ou nas mais comuns, as coloridas, enfeitam álbuns, galerias,
ilustram documentos ou notícias em jornais e revistas sobre temas os mais
diversos ou diferentes.
Esses registros instantâneos
de etapas ou momentos do viver de grupos ou indivíduos, nos dizem de beleza de
poesia, de encanto, são registros que eternizam imagens ou paisagens, mas ao
bom observador, os “olhos da câmera” ou do artista, mostram bem mais, pois
revelam a alma escondida por trás da estampa elaborada, da pose ostentada, da
máscara assumida!
Aqueles pequenos vincos na testa, chamados de
“bumbum de elefante”, os dos olhos conhecidos como “pés de galinha” e, os da
boca famosos como “bigode chinês”, mais as profundas olheiras, são marcas não
apenas do tempo decorrido, mas das dores da alma!
Marcas das pequenas ou grandes
decepções sofridas, dos desenganos ou desencantos amargados, muitas vezes
apenas na mais íntima solidão, transparecem nos registros instantâneos de
máquinas indiscretas e reveladoras.
Bem que nossos ancestrais, pele
vermelhas, se negavam a posar para
fotos, atitudes quase que de cunho religioso, no entender deles, pois
acreditavam que aquelas máquinas, em suas fotos, haveriam de aprisionar suas
almas que lhes seriam roubadas, por toda
a eternidade!
Isso deve ter um cunho de
verdade, vez que as fotos,assim como pedacinhos de unhas e de cabelos ou
gotículas de humores , secreções de
fluidos corpóreos, são de longa data e ainda hoje, usados em trabalhos de magia
ou em terapias holísticas ou de radiestesia e radiônica, como testemunhos
usados com fins terapêuticos, para cura
ou elaboração de diagnóstico.
A despeito da sabedoria
reconhecida nos povos ancestrais , de
minha parte curto fotos, tanto registrá-las, como para elas posar e também
apreciá-las em galerias ou livros de arte ou álbuns familiares.
Continuemos a curti-las a
despeito da indiscrição da câmera, nem sempre cúmplice ou amiga, apenas uma
inconsequente reveladora do que nos vai na alma!
Mariza C. de C.
Cezar