POR QUE SENHOR?
Por que senhor?
Esta louca paixão?
Este arrebatamento
total e insano?
Desvairado e doce amor?
Por que razão
esse sentimento?
Esse pensamento
envolvente e tirano,
me traz assim prisioneira?
Por qual razão
esse constante sentir?
Essa mescla a mentir
paixão e amor
em doces lembranças
contrastantes com dor?
Essa dor persistente,
essa dor permanente
essas
memórias doídas,
essa descrença do amor?
Desesperança sofrida,
esse oco, esse vazio...
esse amorfo sentir,
essa aceitação a mentir
paz em contraste!
Em teimosas memórias
do belo traste,
egoísta e algoz!
Mariza C. de C. Cezar
2 comentários:
Belíssima poesia mazinha!!! Encantadoras questões
Encontro aqui o que te dizer, perguntando:
D’onde o amor?
Do respirar?
Do sentir cheiros?
Do abrir janelas?
Do agitar cortinas amarelas?
Do criar imagens belas?
Do querer procelas?
Do curvar-se aos deuses?
Do olhar para dentro
Do vasculhar os sentimentos
Do revelar segredos?
Do esvaziar o peito?
Do dormir satisfeito?
Do qualificar os medos?
Do viajar nos sonhos?
Do igualar-se ao outro?
Do procurar o ouro?
Do vender o mouro?
Do entregar-se ao dono?
Do adorar o sol?
Do queimar o rosto?
Do dominar o fraco?
Do pisar na grama?
Do olvidar os enganos?
Do esquecer os danos?
Do aquecer o dorso?
Do aceitar o afeto?
Do viver o incerto?
Do domar o vento do deserto?
Do chorar o silêncio?
Do aceitar o acalanto?
Do adoçar o amargo?
Do mover os braços?
Do estreitar os laços?
Do elevar o ínfimo?
Do querer AMAR?
D’onde o AMOR ?
Maria Cavalcante
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