sexta-feira, 22 de março de 2013

PAPINHO AMIGO - SOLILÓQUIO

                                                                                                                    

                     PAPINHO AMIGO

                           (Solilóquio) 

                          Saudade de você!

                          Tanta saudade!

                           Sim, saudade daquela graciosa menina, e mais saudade ainda de você adolescente, de você jovem e promissora, com tantos sonhos, com muitas certezas, como em geral são os jovens, confiantes em si, na vida, no futuro!

                          Confiante no futuro que sei, não ter sido bem como  você sonhou, num futuro que desconsiderando bastante seus projetos e ansiedades, seus sonhos e investimentos, hoje, ao longe, olha você com imenso carinho, com grande respeito e admiração!

                         Olha você, com triste condescendência para com as ilusões e escolhas por ela embasadas, mesmo sabendo que você não errou, trabalhou, investiu, escolheu partindo das premissas que a sorte, que seus condicionamentos, que suas circunstâncias lhe permitiram.

                      Não disse ter sido  seu destino inexorável, e tampouco critico ou culpo você! Já disse que lhe tenho carinho, respeito e saudade.

                   Se seus sonhos foram desvirtuados, frustrados, não deverá, tendo disso conhecimento e consciência, se lamentar ou se entristecer, pois aqui estou!

                 Aqui estou, despida das ilusões, mas ainda assim, não muito diferente daquela que você foi, pois se não conservo, no físico, o  mesmo vigor ou beleza, se não faço tantos projetos, se reconheço uma realidade antes não sonhada e sequer buscada ou programada, ainda assim, tenho muito respeito e carinho por aquela em que você se transformou.

              Tendo sofrido, passado por percalços, decepções, desenganos e dores, ainda encontro em você, pureza, meiguice, algumas esperanças e uma ou outra certeza, sentimentos que agradam e me enchem de ternura e orgulho por você, e por mim!                                                                        
                                   
                                             
                                         
                                                                   

3 comentários:

Suely Ribella disse...

O tempo passa... o tempo não para...
Ainda podemos lembrar de tantas coisas, porque vivemos, bem ou mal, vivemos e, aqui estamos, conscientes de que o tempo passou, levou de nós o que deveria levar e o que não queríamos que tivesse levado...
O tempo vai continuar passando, continuaremos a escrever, viver...
viver?!
Beijinhos, amiga, tenha um lindo sábado (não sei se a chuva ou teu texto, ou este outono que é meu, sou eu, o diabo é q fiquei melancólica, de repente, me emocionei e... deixa pra lá...)

Gisele Cezar disse...

Solilóquio é realmente muito terno e forte ao mesmo tempo, uma belíssima leitura! Parabéns mazinha!

Jéssica Bonfá disse...

Adorei demais esse texto Mariza, que beleza! Me emocionei! palavras tão sutis e delicadas... vou postar no face!
Um grande beijo!