sábado, 16 de março de 2013

ENCANTO

                                               

                                            
        ENCANTO   

   

        - Em canto mãe? Fala mãe: em canto?

        - Não amola menino! Larga de se fazer de bobo e vai logo “pro canto, senão o chinelo vai cantar”!

          Esse quadro de encanto vindo da memória enternecida, aviva recordações de histórias contadas, de um tempo que já não era meu, que não fazia parte do meu cotidiano, mas que povoou e avivou minha imaginação de criança.

          Ouvia eu, contar histórias de pais e professores que lançavam mão de recursos educacionais ou corretivos para modelar o caráter e o comportamento, não me atendo agora á validade ou mérito de tais recursos, apenas  que existiram .

          Entre outros, assustava o canto, escuro ou não, em que crianças rebeldes eram colocadas, em pé e a sós e, de cara para a quina formada pelo encontro das paredes, ou ainda de joelhos sobre grãos de milho. 

        Penso que essas histórias, como as das palmatórias, que também não foram do meu tempo, graças aos céus, muitas vezes me fizeram pensar duas vezes e muito incentivaram em mim, o ser boa e comportada menina.

       O menino protagonista do início destas considerações, na linguagem infantil, ou tentando se expressar com medo ou resistência, talvez engolindo o choro, engoliu também a preposição, pelo que me diz a suposição ou dedução e então, me encanto e enterneço com esse menino e tantas outras crianças inseridas na memória celular de cada um de  nós,sem que o saibamos!                                                                    

                            
                                          

 

3 comentários:

Giulia Piovezan disse...

fiz propaganda do seu blog no meu, passe por lá, beijos.

http://inesgotavelmenteamesmagua.blogspot.com.ar/

Gisele Cezar disse...

Que encanto!!! Tudo o que você me escreve me encanta tanto que se eu estiver no canto logo dele me retiro!!!

Giulia Piovezan disse...

E quantas ideias e planos
já não devem ter sido bolados nesses cantos?

Se esses cantos de castigo ouvissem pensamentos e depois no falassem... E será que não ouvem, e, como você disse "com esse menino e tantas outras crianças inseridas na memória celular de cada um de nós,sem que o saibamos!", será que não falam?

Adorei Mazinha. Miu.