ENCANTO
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Em canto mãe? Fala mãe: em canto?
- Não amola menino! Larga de se fazer
de bobo e vai logo “pro canto, senão o chinelo vai cantar”!
Esse quadro de encanto vindo da
memória enternecida, aviva recordações de histórias contadas, de um tempo que
já não era meu, que não fazia parte do meu cotidiano, mas que povoou e avivou
minha imaginação de criança.
Ouvia eu, contar histórias de pais e
professores que lançavam mão de recursos educacionais ou corretivos para
modelar o caráter e o comportamento, não me atendo agora á validade ou mérito
de tais recursos, apenas que existiram .
Entre outros, assustava o canto,
escuro ou não, em que crianças rebeldes eram colocadas, em pé e a sós e, de
cara para a quina formada pelo encontro das paredes, ou ainda de joelhos sobre
grãos de milho.
Penso que essas histórias, como as das
palmatórias, que também não foram do meu tempo, graças aos céus, muitas vezes
me fizeram pensar duas vezes e muito incentivaram em mim, o ser boa e
comportada menina.
O menino protagonista do início destas
considerações, na linguagem infantil, ou tentando se expressar com medo ou
resistência, talvez engolindo o choro, engoliu também a preposição, pelo que me
diz a suposição ou dedução e então, me encanto e enterneço com esse menino e
tantas outras crianças inseridas na memória celular de cada um de nós,sem que o saibamos!
3 comentários:
fiz propaganda do seu blog no meu, passe por lá, beijos.
http://inesgotavelmenteamesmagua.blogspot.com.ar/
Que encanto!!! Tudo o que você me escreve me encanta tanto que se eu estiver no canto logo dele me retiro!!!
E quantas ideias e planos
já não devem ter sido bolados nesses cantos?
Se esses cantos de castigo ouvissem pensamentos e depois no falassem... E será que não ouvem, e, como você disse "com esse menino e tantas outras crianças inseridas na memória celular de cada um de nós,sem que o saibamos!", será que não falam?
Adorei Mazinha. Miu.
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