segunda-feira, 26 de novembro de 2012

SAUDADE II

                                                                                        
                                    
                                                    
                                        S A U D A D E  II

 
                                    Dizem que saudade é um vocábulo próprio da língua portuguesa, que não há tradução para nenhuma outra língua e, os dicionários a explicam como “lembrança nostálgica e ao mesmo tempo suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhadas do desejo de tornar a vê-las.

                                   Dizem também: “curiosidade, teu nome é mulher” e eu, resolvi passear no dicionário, pelas adjacências de saudade.

                                   Encontrei “saúde” que todos sabemos do que se trata e, também a velha conhecida “saudar” que se refere a cumprimentar, louvar, reverenciar e, pouco depois tropecei em “saudita”, apresentado como adjetivo da, ou pertencente ou relativo á Arábia Saudita, natural ou habitante desse país e, oriundo do Frances:” saudite” que, é derivado do árabe” sa üd”, nome de uma dinastia que governou a Arábia Saudita desde o século XVIII e que veio a ser transformada em reino  em 02 de novembro de 1964.

                                  Dessas pesquisas nascidas da indômita curiosidade, surgiu uma teoria romântica, fruto de incorrigível e fértil imaginação, aliada a algo de dedução lógica.

                                  Sejam condescendentes com a pequena estória.

                                  Sabemos todos da invasão moura na Península  Ibérica , sabemos também da romântica figura do famoso “El Cid”, assim como deduzimos  que aqueles homens bronzeados com profundos olhos surgidos dos mistérios de esvoaçantes panos que lhes envolviam os corpos fortes e ágeis, trazendo cheiro dos escaldantes desertos, com suas tendas e caravanas, de Oasis, de ricos e suntuosos palácios  com seus sedutores harens, mexiam com a curiosidade e o imaginário do povo invadido, principalmente de suas mulheres, donzelas ou não.

                                Presume-se que muitos filhos devam ter nascido de paixões devastadoras tanto que, até hoje os países invadidos contam com heranças culturais e genéticas com a indelével marca dos ardentes e românticos  mouros.

                                Entretanto amigos, chegada a hora da retirada, de desocupar as terras invadidas, moças e donzelas, senhoras e crianças, passaram a sofrer de doce nostalgia umas, outras por certo, impedidas de saudar no dia a dia  ao romântico invasor que lhe arrebatara o coração e a razão, entregaram-se nostalgicamente á dor da ausência e, tanto se entregaram a essa dor que, de mera e doce lembrança nostálgica, foi essa dor se transformando em absoluta!

                               Total e completamente avassaladora, ao ponto de  roubar-lhes a sanidade, de fazê-las perder a razão e a saúde e, então algumas delas vieram a morrer de sa üd ade, ou seja, o que era um mero sentimento nostálgico de um coração, foi-se tornando coletivo (ade), pelas ausências de seus amores, os belos mouros oriundos de sa üd.                    

                                                                 
                                      
                                                                                        
                                   

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