sábado, 10 de novembro de 2012

DIREITO E JUSTIÇA

               
                                                                      

                                    DIREITO E JUSTIÇA 

                                    Faz alguns dias que estou ruminando tal tema que, em razão das circunstâncias e do momento histórico para mim, se apresenta como um tanto indigesto.

                                    Se por um lado amo o direito e o reverencio como matéria por suas origens, histórico e finalidade; pela multiplicidade acadêmica que envolve o seu estudo e a diversidade de sua grade de bacharelato e currículo escolar.

                                   Se reverencio e admiro o direito por suas origens nas leis escritas, nos usos e costumes e jurisprudência formada e informada pelos julgados dos tribunais e instâncias superiores, se me sinto gratificada pela diversidade cultural e pela abrangência enriquecedora com que tal curso me agraciou, não posso expressar o mesmo entusiasmo e admiração por seu campo de atuação no mundo dos homens, isto é, pela Justiça terrena, órgão estatal de máxima importância, pois é um dos três poderes previstos na Carta Magna, a Lei Maior da Nação, órgão esse encarregado de processar, administrar e aplicar e fazer aplicar o Direito e suas Leis e, em nome desse mesmo Direito, fazer Justiça!

                                 A Justiça, como mulher é apresentada simbolicamente, portando uma balança que nos diz no cuidado no julgamento, com a valoração de cada caso a ser julgado, pesado, medido, estudado, esgotando todos os recursos disponíveis para avaliar em profundidade e lhaneza os procedimentos em curso, com isenção de ânimo, como demonstra a venda nos olhos daquela figura feminina que, veementemente grita a imparcialidade de suas avaliações e julgamentos, o que lhe permite usar com autoridade e sem titubear, a espada que empunha, garantindo que nada e nem ninguém escapa das conseqüências de seus atos, de  suas escolhas e erros.

                                Assim nos apresentam a Justiça e, piamente a cremos: sábia, responsável, impoluta, imparcial, enfim justa, no entanto nos esquecemos que ela é terrena, criada, gerida, administrada e aplicada por homens, homens cultos, homens preparados, homens honrados e humanos e, assim eminentemente sociáveis e, se sociáveis também políticos e... falíveis.

                               Prefiro me calar, e pusilânime omitir o que muito poderia e gostaria de dizer, de gritar em razão dos anos de vivência e observação tanto do lado de lá  como no de cá dos balcões que separam hierarquias funcionais e o povo a que pertencem tanto os operários como os togados investidos desse mesmo poder estatal! 

                                                                                                                                                           

Nenhum comentário: