sábado, 17 de novembro de 2012

ENCANTO II




 

 

                                                                                            
                               ENCANTO II
              Nunca me soube tão presa do encanto quanto fiquei pelo meu príncipe encantado que, por obra do desencanto, transformou-se em triste batráquio ou, em mero sapo!

              Essas considerações fazem parte de memórias despertadas pela magia pulsante nestes tempos em que se respira fadas, duendes, tachos, caldeirões, poções e vassouras voadoras, gatos pretos, capas, chapéus negros, pontudos e de abas largas, sorrisos desdentados, teias de aranhas e assustadoras gargalhadas ecoando em noites de lua cheia!

            Carantonhas de moranga ou abobora iluminadas a velas, fogos fátuos soltos a bailar nas noites escuras, algumas caveiras ambulantes a chocalhar os brancos ossos, quando assim, num repente, aparece travesso Saci seguido do Currupira, do Caipora, da Mãe d’água, do Jurutaí do Itajá, do boto cor de rosa, mais a Cuca assustadora montada na mula sem cabeça soltando fogo por entre as ventas ainda, do Uirapurú com seu canto de encanto cortando os ares!

           Halloween! Noite de magia e encantamentos em que crianças inocentes, saem ás ruas, fantasiadas e batendo de porta em porta a subornar, com sorridentes: - “Doces ou travessuras?”

          Doces brincadeiras a render doces e saudável descontração!

          Não entendo porque não podemos confraternizar e soltar as bruxas, as de lá e as de cá!

          Nestes tempos de mudanças ou de fins de tempos, alimentemos as brincadeiras inocentes e derrubemos as bandeiras e fronteiras e, irmanemo-nos na magia do amor e façamos a miscigenação das nossas histórias e tradições, do nosso imaginário e folclore e, como por obra do encanto, vivamos a paz dos nossos bruxos ou figuras tais. 


                

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