Nunca me soube tão presa do
encanto quanto fiquei pelo meu príncipe encantado que, por obra do desencanto,
transformou-se em triste batráquio ou, em mero sapo!
Essas considerações fazem parte
de memórias despertadas pela magia pulsante nestes tempos em que se respira
fadas, duendes, tachos, caldeirões, poções e vassouras voadoras, gatos pretos,
capas, chapéus negros, pontudos e de abas largas, sorrisos desdentados, teias
de aranhas e assustadoras gargalhadas ecoando em noites de lua cheia!
Carantonhas de moranga ou abobora
iluminadas a velas, fogos fátuos soltos a bailar nas noites escuras, algumas
caveiras ambulantes a chocalhar os brancos ossos, quando assim, num repente,
aparece travesso Saci seguido do Currupira, do Caipora, da Mãe d’água, do Jurutaí
do Itajá, do boto cor de rosa, mais a Cuca assustadora montada na mula sem
cabeça soltando fogo por entre as ventas ainda, do Uirapurú com seu canto de
encanto cortando os ares!
Halloween! Noite de magia e
encantamentos em que crianças inocentes, saem ás ruas, fantasiadas e batendo de
porta em porta a subornar, com sorridentes: - “Doces ou travessuras?”
Doces brincadeiras a render doces e
saudável descontração!
Não entendo porque não podemos
confraternizar e soltar as bruxas, as de lá e as de cá!
Nestes tempos de mudanças ou de fins
de tempos, alimentemos as brincadeiras inocentes e derrubemos as bandeiras e
fronteiras e, irmanemo-nos na magia do amor e façamos a miscigenação das nossas
histórias e tradições, do nosso imaginário e folclore e, como por obra do
encanto, vivamos a paz dos nossos bruxos ou figuras tais.
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