S A U D A D E II
Dizem
também: “curiosidade, teu nome é mulher” e eu, resolvi passear no dicionário,
pelas adjacências de saudade.
Encontrei
“saúde” que todos sabemos do que se trata e, também a velha conhecida “saudar”
que se refere a cumprimentar, louvar, reverenciar e, pouco depois tropecei em
“saudita”, apresentado como adjetivo da, ou pertencente ou relativo á Arábia
Saudita, natural ou habitante desse país e, oriundo do Frances:” saudite” que,
é derivado do árabe” sa üd”, nome de uma dinastia que governou a Arábia Saudita
desde o século XVIII e que veio a ser transformada em reino em 02 de novembro de 1964.
Dessas
pesquisas nascidas da indômita curiosidade, surgiu uma teoria romântica, fruto
de incorrigível e fértil imaginação, aliada a algo de dedução lógica.
Sejam condescendentes com a pequena
estória.
Sabemos todos
da invasão moura na Península Ibérica ,
sabemos também da romântica figura do famoso “El Cid”, assim como
deduzimos que aqueles homens bronzeados
com profundos olhos surgidos dos mistérios de esvoaçantes panos que lhes envolviam
os corpos fortes e ágeis, trazendo cheiro dos escaldantes desertos, com suas
tendas e caravanas, de Oasis, de ricos e suntuosos palácios com seus sedutores harens, mexiam com a curiosidade
e o imaginário do povo invadido, principalmente de suas mulheres, donzelas ou
não.
Presume-se que
muitos filhos devam ter nascido de paixões devastadoras tanto que, até hoje os
países invadidos contam com heranças culturais e genéticas com a indelével
marca dos ardentes e românticos mouros.
Entretanto
amigos, chegada a hora da retirada, de desocupar as terras invadidas, moças e
donzelas, senhoras e crianças, passaram a sofrer de doce nostalgia umas, outras
por certo, impedidas de saudar no dia a dia
ao romântico invasor que lhe arrebatara o coração e a razão,
entregaram-se nostalgicamente á dor da ausência e, tanto se entregaram a essa
dor que, de mera e doce lembrança nostálgica, foi essa dor se transformando em
absoluta!
Total e
completamente avassaladora, ao ponto de
roubar-lhes a sanidade, de fazê-las perder a razão e a saúde e, então
algumas delas vieram a morrer de sa üd ade, ou seja, o que era um mero
sentimento nostálgico de um coração, foi-se tornando coletivo (ade), pelas
ausências de seus amores, os belos mouros oriundos de sa üd.