quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

ALÉM DA TRISTEZA

                                                                             
                                                                                 

  Jouvana Whitaker, boa amiga e amiga boa de alma nobre, querendo levantar o moral de quem estava para baixo e não querendo cair no jargão de " olhar para trás"  que em certos momentos ao invés de ajudar mais para baixo empurra aquele ou aquela que já está escorregando sem nem saber aonde, no que ou por que, então ela  posta suas famosas e belas fotos convidando a escrever sobre o tema a fim de espantar a tristeza e assim nasceu:

                          ALÉM DA TRISTEZA
                                                      
                                                     


                Jouvana posta fotos  entre outras, de belos e                                                                                                         de pobres animais abandonados e entregues á própria sorte por sob um banco de jardim ou a um canto da praça! Eloquentes figuras que tanto se irmanam a dos seres humanos nas mesmíssimas condições! Andarilhos na vida e excluídos da sorte, sem lar, parente ou mesmo consorte, eis que o sem sorte e de alquebrado porte, de tanto rodar ou  rondar o rastro cheiroso das cozinhas de bares ou restaurantes, remexer latões, ou depósitos de lixo em busca das sobras de quem tem muito, o que muito já é para quem nada tem a não ser fome! Fome e cansaço, do muito rodar, andar a esmo como que a procura do nada já que nada tem ou esperam e nem aspiram, apenas respiram, por vezes suspiram sem nem saber por que! Já vai longe o colo da mãe , o regaço da amada, o abraço de um filho e suas mãozinhas sequiosas procurando as suas  e nas suas o amparo, a confiança, a segurança. Nem vale lembrar que já foi gente um dia! A dor fica mais doída, a fome que se mascara quando se consegue um gole da maldita pinga, grita em misto de dor e de revolta, melhor não ser ninguém, de nada se lembrar, nada querer ou esperar, melhor não ter consciência, só viver, respirar, tomar banho de chuva e no corpo a roupa secar, roupa? Andrajos conseguidos das sobras dos ricos, sem tamanho,  sequer modelo, apenas, cobrir a nudez, esconder as vergonhas, vergonhas? De que? É tudo igual, assim como o Bom Deus quer! Diferente só o embrulho, o brilho e tem-se que admitir também o cheiro, isso depois de tanto andar e dormir no chão, no banco da praça, por sob a árvore, a marquise ou mesmo da ponte! Ai a vida ás vezes pesa! Mas é tão bom por vezes viver!     Ver brotar uma flor na rachadura da parede ou do asfalto, receber o afago de um cão, desses como ele mesmo, um cão sem dono e sem destino a lhe lamber o rosto e assim acordar mais um dia, com o carinho de  outro ser, de um companheiro de desdita, um igual ! Tão  gostoso descobrir um igual! Trocar, afagos e confidências, compartilhar passos no compasso de mais um dia! Não serão mais sós,  serão eles, o homem e seu amigo, fiel companheiro, o cão! Que sigam seus destinos e encontrem a encruzilhada em que farão a escolha do rumo, um novo rumo com novos amanhãs.....


                                                 Mariza C.C. Cezar 
                                                                                                        

                                                                                                                                                                          

2 comentários:

Jouvana disse...

Nossa Mariza , sabe aqueles contos que imprimimos p guardá los na caixa de recordações? Eu agradeço muito e feliZ estou por vc aceitar meu desafio. Obrigada adorei a realidade de suas palavras!!

Flávio Tallarico disse...

Um homem, um cão, vagando pelas ruas em busca de comida para resistir a mais um dia. A nossa amiga Mariza retratou muito bem a outra face do homem, que seria facilmente resgatável com um chuveiro e uma roupa decente.Mas a humanidade vira as costas aos andrajos seguidos por cães vadios, e os deixa viver na liberdade do "Deus dará", como coisas que não pertencessem ao nosso mundo. Parabéns.