RECEITA
Pureza, autenticidade, espontaneidade, uma pitada de traquinagem, certa dose de inconsequência, ainda umas tantas bem cheias de ingenuidade, porção ampla de alegria, outra igual de otimismo e, mais outra de deslumbramento, ainda de meiguice e, um ingrediente especial em boa quantidade, a encantadora curiosidade!
Como trabalhar tais
ingredientes?
Haveria uma receita correta?
Quem ousaria dizer que sabe, que
seu jeito é o melhor ou infalível?
Acreditarão alguns, terem herdado
receitas únicas e infalíveis das tradições familiares, outros terem descoberto
em laboratórios universitários ou em doutos compêndios, receitas melhores, mais
eficientes, irrepreensíveis, entretanto amigos, difícil dizer se há receita
única ou, melhor receita.
Os ingredientes são variáveis em
qualidade ou quantidade.
A “cozinha” ou lar, sinônimos que
são tanto nas palavras cruzadas quanto na literatura popular, são laboratórios,
sempre experimentais.
Esses laboratórios são uns mais
bem equipados, outros mais modernos, ou tradicionais e, os “doutos” ou
“técnicos” cozinheiros, meros humanos mais ou menos preparados ou qualificados e, a
matéria prima delicada e fresca, tem peculiaridades
próprias e de ambiente, de germinação, colheita, embalagem, transporte e
manuseio.
Como trabalhar, como preparar
ingredientes tão diferentes, com características próprias e únicas?
A mim parece que, em princípio,
temos que sabê-los vibrantes, pulsantes, únicos e, saber respeitar as
características próprias, e individuais da matéria prima que, sendo viva deve
ser aceita, reverenciada, amada, cuidada, orientada gentilmente para que o
paladar, o colorido e o perfume ou buquê
desses ingredientes maravilhosos desabrochem, cresçam, se desenvolvam
atingindo o ápice de sua potencialidade, sem perder a beleza e a originalidade
única que trouxeram à vida!
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