VENTOS DE
OUTONO
Sinceramente, não consigo escrever sobre
os ventos de outono, não mesmo! Não apenas sobre os ventos, em que na realidade nunca reparei, pela
simples razão de que tudo no outono me deslumbra e me encanta!
Para mim, sempre foi a estação mais linda
do ano.
No outono, os dias são mais belos, as
tardes mais agradáveis, compridas e coloridas, a temperatura aprazível e morna,
as árvores se revestem, no nosso hemisfério, de pinceladas de rubras labaredas,
o céu mais azul, as nuvens como pequenos flocos macios de algodão-doce.
O por do sol outonal! Existe, por acaso,
momento mais empolgante do dia ou do ano? Tudo se torna mescla em degrade de
laranja, rosa e ouro!
Seja no campo, nas montanhas ou no mar, que
explosão de cores! Que beleza e que encantamento! A temperatura agradavelmente
amena completa o quadro ou momento perfeito!
Todo esse deslumbramento, todo esse
presente de clima e cores, acrescido do prazer sensorial dos perfumes dos
frutos que, abundantes na natureza e prateleiras, exalam odores a despertar e
alimentar a sensualidade que paira no ar e, envolve, inebria e encanta!
Nasci no inverno, mas é no outono que
bailo em festa me irmanando á natureza, para agradecer aos céus e á mãe-Terra,
em ritual semipagão e ecumênico, a alegria de viver.