LEMBRANÇAS
DE UM PASSADO
Tudo
era cinza naquela manhã cinza!
Cinza o traje da dama ainda jovem, com
roupas de época condizente com a torre em cuja parede
se recostava no terraço do castelo cinza.
Pensativa e sonhadora a jovem dama tentava esquadrinhar
o horizonte a despeito da densa neblina que deixava o dia também cinza e pousado
em imenso campo branco recoberto de neve que caia insistentemente naquele frio
inverno russo.
A dama á torre recostada, olhava fixa e
insistentemente esperançosa e também angustiada, como que à espera de alguém,
por certo do amado que seguira liderando o exercito armado para uma das muitas
guerras que tingiam a neve de vermelho nos campos de batalha e que congelavam
de pronto aos que por desgraça caíssem abatidos, dizimando assim as tropas
guerreiras.
A
nossa linda e elegante dama continuava dia após dia, a procurar além da
neblina, a figura do amado e nobre guerreiro que tanta falta lhe fazia!
Tudo
branco e cinza! A terra, o ar, o
castelo, as tristes esperanças,e naquela paisagem triste os únicos
coloridos eram dos louros cabelos e os azuis dos olhos da nossa jovem que nem
se mexia, fixa que estava a deitar ao longe o olhar e as esperanças.
A
espera era longa e todos os dias voltava a seu posto e à sua esperança que
desafiava ao cinza reinante naquela paisagem triste.
Esse
o quadro que mantive na memória, essa a visão que me prendeu em uma aleatória
viagem no tempo!
Mariza C.C. Cezar
2 comentários:
Minha cara amiga: realmente a esperança de um amor que se foi, torna cinza a visão de quem espera. Os olhos perdidos na neblina gela o coração e vitrifica o olhar da paciente donzela que eu consegui ver em seu lindo texto. Um abração.
Na ausência da cor,
a tristeza, a dor,
a saudade de um amor...
Postar um comentário