domingo, 21 de agosto de 2016

À ESPERA DE UM MILAGRE...

                                                                                                                                                     
                          À ESPERA DE UM MILAGRE...
                                                                                                

                Ando esperando, ansiando por um milagre, pois sinto saudade de mim!
                Rezo pelo retorno da fé, em mim, na humanidade e nos mistérios da espiritualidade, quem sabe até da sorte fugidia.
                Oro a Deus, a seus anjos e santos, ainda à Onipresença D’Ele em mim e que disso, eu venha a ter     certeza e absoluta confiança!
                Faz muita falta o meu usual bom humor, a bonomia e até um certo olhar marcado pelo cinismo, com uma tendência galhofeira de encarar os embates e azares da vida e os equívocos do cotidiano, até as minhas ocasionais e possíveis travessuras.
                A razão desses amargos tons de cinza a nublar a luz do meu olhar, esse peso de chumbo a afundar a esperança e o ânimo e a emporcalhar no lixo fétido a espontânea alegria do viver?
                Dores do corpo e da alma, desencanto, descrédito do regime instituído e de alguns laços pessoais.
                A descoberta sabida já, mas nunca antes sentida, do que é ser só!
                Não sofro de solidão pois a desconheço, me sinto plena em minha boa companhia e por essa mesma razão, confraternizo com fácil e alegre espontaneidade, fazendo e colhendo amigos, entretanto a constatação da falta de chão, de uma mão amiga, de um abraço carregado de carinho e de solidariedade, doem!
                E doem no momento  do descrédito, ante o insulto e desrespeito das coisas públicas, da falta de lhaneza e de caráter daqueles que investidos nas urnas, do poder pelos nossos votos, conduzem a massa impiedosa dos servidores robotizados que venderam a alma e seus princípios e os juramentos acadêmicos, por salários certos e nem sempre condizentes com suas especializações.
                Pobres mortais, na realidade parasitas sugando a vida, a esperança, a dignidade, a alma da massa humana e dos pobres indivíduos que a eles  recorrem em busca do reconhecimento de um direito líquido e certo, adquirido mas não reconhecido e descartado pela batuta dessas “otoridades” que recebem dos cofres públicos, pagos por nós os pedintes dos nossos direitos e dinheiro que engrossam o erário público que pagam os seus salários!
                Não podem ou não devem reconhecer nossas doenças e direitos, pois o Estado precisa da parcela dos nossos minguados salários, mesmo que a nós façam falta, nas muitas necessidades das doenças e da idade a que usam ou ousam chamar de “terceira”(dentição?) ou ainda de” melhor idade” !
                O homem vive para o Estado, não o Estado para os homens!

                                     Mariza C.C. Cezar
                                                                                                      

                                                                                

4 comentários:

Carlos Gama disse...

Minha cara amiga Mariza
Boa noite!
São admiráveis essa sua lucidez e essa ânsia de poder ajudar a mudar o mundo (ou, ao menos, o nosso país) a voltar para uma trajetória lógica e justa, sem que percamos por isso os nossos nortes, a nossa Fé e as nossas esperanças.
É duro, sim, é muito difícil conviver, ver e ter de enfrentar esses demônios, aos quais nós mesmos demos o sopro da vida pública e política.
É duro, sim, é muito duro ter de se submeter aos desmandos que nos colhem no terço final da estrada da vida e ainda assim, trôpegos, furtados, desiludidos, encontrarmos forças para prosseguir.
Que a Fé e a certeza na caminhada evolutiva do espírito humano nos confortem e nos mantenham sorrindo, abraçados, ainda que muitas vezes os abraços, especialmente os fraternos, acabem sendo pelo caminho do conhecimento dos sentimentos e pela certeza de que eles acontecem em nuvens ou em emissões de energia, enviadas mesmo à distância.
Receba, neste instante o meu fraterno e sincero abraço.

Flávio Tallarico disse...

Minha querida amiga. Aqui estou novamente, logo ao amanhecer, desfrutando de mais uma de suas deliciosas e coerentes crônicas.A cada leitura que faço dos seus escritos, mais sinto o poder que você traz em sua alma para observar o mundo com coerência e capacidade de descrever, com clareza o que se passa nesta nossa breve vida. Mais uma vez a parabenizo. Sou um de seus muitos admiradores confessos. Um grande e afetuoso abraço.

Leda. disse...

Minha querida, quando temos lucidez, coerência e senso de justiça, somos apunhalados quando a realidade impiedosa desse país e de todas as barbáries se impõem e nos deixam impotentes. Podemos ser felizes com a família, amigos, nossos animaizinhos, com coisinhas gostosas do cotidiano, mas o coração se abala e sangra com a falta de sentido de ver crianças sangrando, refugiados morrendo em busca de uma vida para deixarem apenas de sobreviver, de tantas atrocidades, de tanto fel. Mas não podemos desistir jamais, jamais, Mariza, não somos pessoas de jogar a toalha. Tem milhares de coisas para agradecer e que nos fazem brindar a vida sempre. Beijos de acolhimento e afeto.

Anônimo disse...

Cara Mariza, tenho estado um tanto ausente do face e peço desculpas por isso. Os deveres profissionais me ocupam muito. Mas hoje eu pude ler seu belo e reflexivo texto e quero deixar aqui meu testemunho e apoio a tudo o que você disse: estamos todos um tanto desencantados com os políticos e com a situação geral de nosso país. Felizmente há pessoas como você, de uma lucidez e um senso crítico a toda prova. Parabéns pelo texto. Abraço,
Cida