sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PROEZAS E AVENTURAS

                                                                                   
                                                                                             
                                                           PROEZAS  E AVENTURAS 

                Meus amigos,
                                                                                                              

                        Já corri tanto por essas estradas do interiorzão!                          Ja andei e não poucas vezes por estradas de barro vermelho com corrente nas rodas de Jipe que atolavam e patinavam espalhando lama para todos os lados, já atravessei pontes parecidas com essa só que não tão longas e nem com uma carreta atrelada ao carro, já andei por "mata burro" e atravessei " pinguela", ´j  a parei em mucunfos de beira de estrada pela madrugada e esquentei o corpo e espantei o sono  com uma mistura que meu pai me apresentou e da qual me lembro sempre e ás vezes,  com saudade, café preto e quente, puro, batizado com uma dose de conhaque.
                              Quantas vezes vi o dia amanhecer nas estradas! Meu pai gostava de viajar á noite e nos arrancava da cama pela madrugada, a noite ainda breu e estrelada, para empreendermos as viagens de recreio ou mudança, ainda as de visitas a familiares, lindo o amanhecer na estrada, os mais lindos que já vi, o céu se tingindo de rosa ou laranja e dourado dos raios solares que surgiam no horizonte ainda com algumas estrelinhas teimosas e retardatárias a brilhar no lusco-fusco do céu! Arvores por vezes nuas a erguer seus desnudos galhos como se fossem mãos em garra a se elevar em clamor a pedir misericórdia aos céus, e como essas árvores e seus galhos calavam fundo em meu peito!
                              Já vi meu pai cansado  e dormitando ao volante , acordar gritando : "Olha a ponte, olha a ponte e estancar abruptamente o carro em enorme poça d'água no meio do leito carroçável desnudo, assustando a todos nós! 
                              Com meu ex-marido e sua filha, já dormi, melhor dormimos todos uma madrugada super fria apesar dos nossos muitos agasalhos e casacos de couro, com a roupa do corpo e as botas de cano alto, em dormitório de posto de gasolina que alcançamos no meio da estrada do sul , em longo trecho ermo lá pelos  lados de Vacaria e os três de roupa e tudo em razão do frio e do receio dos leitos conseguidos em tão rudimentar hospedaria !
                              Se desde criança viajei de avião o que na época era proeza a que poucos tinham acesso, também já tive minhas aventuras pelas estradas do meu país, já me maravilhei com coisas belas, já tive medo em outra ocasiões, já roubei frutos do pé na beira da estrada, isso em criança, tomei banho de rio , saltei fogueira e dancei na roça, fiquei em palanque de autoridades, frequentei jantares festivos do Rotary Clube , assisti a concertos , incontáveis pianistas, á Guiomar Novais, ás declamações da Margarita Lopes de Almeida!                                                              Já discursei de improviso em recepção oficial para  autoridades , embaixadores e representante do Governo do nosso Estado.
                               Um tanto aventureira outro tanto atrevida, venho percorrendo a estrada da vida e se estou a lhes contar tudo isso foi em razão  da travessia da “PONTE ECONÔMICA” que assisti em e-mail recebido de dileto casal amigo.
                             Agradeço a paciência solidaria ou curiosa de tantos quantos leram minhas lembranças.
Abraços a todos vocês.

                                            Mariza C.C.Cezar                                   

3 comentários:

Anônimo disse...

Belas lembranças, amiga Mariza. Obrigada por compartilhar. Beijo, Cida Micossi

Carlos Gama disse...

Que gratificante esta viagem Mariza!
É muito prazeroso andar em boa companhia, com gente que tem história e sabe contá-las.
Vivi momentos como esses e ao ler, ouvindo Lua Branca ao piano de Carmen Sílvia, as lágrimas afloraram totalmente indiscretas.
Obrigado por esses tão bons momentos, por essas tão gostosas lembranças.

Flávio Tallarico disse...

Cara amiga: viajei junto nesta sua crônica. São lembranças que marcam nossa vida e que se perpetuam na memória dizendo bem alto: eu vivi. Parabéns.