quarta-feira, 16 de julho de 2014

ODE À VIDA!

                                                                                               
                                                                           
                   ODE À VIDA!
                                                                                                                                                                                                                                          
          Renata est!
        Do nada absoluto, apenas sensações, ritmos inconsistentes e esmaecidos, lampejos de lembranças tênues e indefinidas, atavicamente impregnadas e carregadas, transportadas do escuro abrigo, do casulo       da câmara embrionária, pelo túnel à luz!
      Da dor e tensão, da travessia e agressão do tapa, à explosão de luz e ar absorvidos entre contração e expansão, à festa e ritmo, do choro à vida!
        Eis que nasceu o bebe tão esperado!
        Realizada é a promessa de vida!
        Assim em um domingo frio e invernal na antiga São Paulo da garoa, em julho, 16, casamento do sol com a lua e consagrado a Nossa Senhora do Carmo que, em nome do Filho promete bem aventurança de vida eterna a fiéis devotos, nasceu para a vida trazendo alegria e promessas a jovem casal em jubilosa expectativa plena de  projetos e esperanças  em mar de inexperiências, o rebento tão esperado!
        Nascida ou renata, não importa, o que na verdade importa é que Mariza chegou!
        A primeira filha!
        A primeira de quatro, pois três ainda haveriam de vir.
        Chegou trazendo promessas e responsabilidades.
        Chegou materializando a união consagrada, sacramentada, oficializada e a transformando em recém-nascida família.
        Assim, na primeira metade do século vinte, se deu o início de mais um clã originário de dois troncos paulistas!

                                   Mariza C. de C. Cezar
                                                                                                           

                                            

                                                                          

sábado, 12 de julho de 2014

REENCONTRO...

                                                                                                                


                                REENCONTRO
                                                                                                       

Juliana Guarani Kaiwoá Tambosi

Mazinha minha madrinha, quando pensares em mim e pensares que estou longe pense que te amo,e que te amo como uma música de fim de inverno quando o vento sopra as nuvens para longe e rodopia as folhas das árvores e leva a chuva embora,te amo como um poema de inicio de primavera,não como flor, mas como botão que ainda não tendo pétalas se prepara com esmero...te amo como uma criança que vendo o mar, acha graça e como o adulto que vendo a criança achar graça, redescobre o mar...Não tome minha ausência física a sério, pois mesmo em distâncias cósmicas permaneceremos unidas...obrigada por tudo que me deu de presente, principalmente os olhares curiosos e cheios de carinho...te amo e mesmo repetindo não chego a ser redundante...
Parte superior do formulário
                                                                                                                                                                                                              

Mariza Cezar Coisa mais linda minha querida menina amada! A distancia e o distanciamento muito me machuca, me entristece, decepciona, no entanto quando do mutismo prolongado, cru, amargo ressurge assim, num repente vertendo e derrubando avalanche poética, estremeço entre dores e mágoas e meio assustada renasço do poço profundo do descaso e qual velha boba me enterneço, estremeço , lacrimejo, sorrio com rasgos de esperança e me encanto com seus dizeres e belos sentires, com o amor que sempre uniu nossos corações amigos desde sempre! Beijo carinhosamente enternecida a ponta do seu narizinho atrevido, os olhos e o querido coração com todo o amor do meu antigo e eternamente amante coração de amiga, tia-avó e madrinha. Que as bênçãos celestiais lhe envolvam sempre é o desejo perene do mais profundo do meu ser para você menina Juliana Guarani Kaiwoá Tambosi
                                                                         
                                                                                
Parte inferior do formulário

domingo, 6 de julho de 2014

NUNCA RETORNOU !

                                                                                 
                                                                       
                                               NUNCA RETORNOU!
                                                                                                                                     

        A harmonia do meu reino encantado se quebrou por uma história peculiar contada à boca pequena pela vizinha da frente, em tarde domingueira.
        Entre um biscoito e outro e uma chávena de chá de jasmim, a vizinha do 1032 me contou algo curioso, ocorrido com Marisol  a mulher do 1001.
        Obesa de dar pena, após longos, difíceis e infrutíferos tratamentos, foi encaminhada pelo endócrino a psiquiatra, em busca de cura e esbeltez.
        Sua consulta foi um desastre!
        Bem a contragosto e pisando em ovos, munida dos documentos e exames de praxe, contou-me a vizinha do 1032 que Marisol adentrou ao consultório de aparência faraônica, imbuída de coragem e ressalvas. Sentou-se em local estratégico, pronta para a fuga em qualquer eventualidade, mantendo-se com a bolsa sobre os joelhos e estes juntos à beira da cadeira, como em posição de alerta.
        Marisol em tensão viu e ouviu muita coisa naquele consultório e, nada a tranquilizava! Era um desfile contínuo e, “louquinhos da aldeia” que entravam e saiam todos acompanhados e que, no caminho da entrada a seus assentos, bebiam de uma garrafa de “torneiral”, todos babando e se servindo de um único copo de papel ali disponível. Assustada e atemorizada assistia à prepotência incisiva e algo abusiva da secretária que não repetia ordens sem intimidação. Entra um, sai outro e Marisol em verdadeiro turbilhão e sempre atenta, até que chegou a sua vez!
        Com amplo sorriso ultrapassa a porta. Para quebrar o gelo típico de tamanha ansiedade foi logo dizendo:
        - Boa tarde doutor! E ao se sentar, prossegue: Tive um colega de turma com o seu sobrenome Doutor.
        E o médico, levantando pela primeira vez os olhos da papelada que tinha à frente, lhe pergunta:
        - De turma? Mas... o que a senhora fez?
        - Direito.  Responde-lhe Marisol.
        - Aqui na Terra mesmo? E ante a aquiescência da paciente, retruca-lhe:
        - Não, não deve ser parente, pois minha família é do nordeste e eu nasci no Espírito Santo e por mero acaso, pois os meus estavam em trânsito! E continuando, diz-lhe o médico: Mas eu também tenho jurista na família, pois meu avô foi Ministro do Judiciário e meu pai, era primo do General Casagrande do Amaral, que foi Presidente do Brasil.
Presidente ou ditador pensou Marisol? Mas, em voz alta, apenas lhe respondeu educadamente e com medo da camisa de força, pois a secretária lhe dissera, ser o médico diretor de hospício local: - Que beleza doutor! Meu pai não, mas meu avô também era primo de dois dos nossos presidentes.
        - Não me diga! E quem foram eles? Pergunta-lhe o médico.
        - Campos Sales e Prudente de Morais, doutor. E este, com a ficha da paciente nas mãos, indaga:
        - Mas, seu sobrenome não é Leme de Alcântara? Ao que Marisol lhe responde:
        - Sim Doutor, mas esse foi só um interventor no nosso Estado de São Paulo!
        Ele prescreveu-lhe remédio de tarja preta e marcou um retorno.

                                    Mariza C. de C. Cezar
                                    Santos, 10/04/2014