sábado, 28 de setembro de 2013

OLHO GULOSO!

                                                                                                         
                  
OLHO GULOSO!                          

                  
  Deus meu! Como sou gulosa!

                    Por favor, não me entendam mal!

                    Minha gula não se prende às coisas do estomago ou do paladar, pois para essas até que me surpreendi com grande controle e disciplina, tanto que mantenho atualmente, meu peso dentro do que me permite a genética e a hereditariedade, assim como a diabetes, totalmente sob os aplausos da diligente endocrinologista que me acompanha já há alguns anos.

                   Minha gula sempre se manifestou com relação ao belo e ao útil, sempre foi imperante para com o que enfeita a vida e enriquece o espírito.

                   Uma das minhas taras diz respeito aos livros, estou sempre querendo mais, muito mais!

                    Lógico que tem assuntos e matérias que me chamam e prendem a atenção, mas minha gula não se contenta com elas, muitos ou quase todos os assuntos, se impõe e hipnotizam meu olhar guloso!

                    Nunca resisti muito ao chamamento das livrarias, suas prateleiras parecem sempre ondular, vibrar, dançar e atraem meu olhar disputando o interesse! Difícil sempre adequar o bolso , o limite do cartão e a força dos pulsos artríticos, a arcar com o custo e peso da gulosa avidez dos olhos e saciar o gosto de “quero mais” que insiste em pingar da boca voluptuosa e extasiadamente sorridente e deslumbrada!

                    Verdade que tive outros amores , os cristais de rocha e as lindas pedras brasileiras, despertaram minha paixão e gula!

                    Ainda aí o velho amor aos livros se irmanou a elas, pois para melhor conhecê-las, assim como aos seus usos e propriedades curativas, busquei com voracidade, os velhos amigos e companheiros.

                    Há quem censure e reclame e também, quem argumente com delicadeza uns, e outros nem tanto, dizendo cada um à sua maneira, que tenho espaços e vida atravancados com “tralhas”, se referindo assim os menos gentis, ou ainda menos interessados no que não atende à praticidade, para eles tão imperante, no caso aos meus sagrados e apetitosos livros e também  aos cristais de rocha!

                    Até dos quadros, óleo sobre telas, já houve quem se atrevesse a dizer que deveria deixar as paredes mais nuas, mais “clean”!

                    Verdade que sou e me considero gulosa e, muito gulosa para com o belo e as coisas do espírito e essa observação constatei agora ao olhar entre pesarosa e divertida, a minha última aquisição feita por telefone, pois se o título e o assunto me encantaram, levei verdadeiro susto quando chegou o sedex!

                    Imenso e pesado volume! 1 150 Páginas sobre “Cultura e Religião no Brasil”, assinado por Francisco van der Poel ( Frei Chico), sob o título de: “Dicionário de Religiosidade Popular”!

                    Voltando a um dos verbetes da mais nova aquisição, “olho gordo” tão comumente referido pelos usos e costumes populares, devo esclarecer que esse não tenho e na verdade nunca tive, o que tenho mesmo e, reconhecidamente, é um terrível olho guloso, ávido e untuosamente guloso!

                    Devo acrescentar que, essa minha gula não agride e nem violenta a ninguém e menos ainda, fere suscetibilidades outras, pois não atinge e nem prejudica , a não ser quem sabe, à diligente faxineira amiga e solidária que, vez por outra, me ajuda na eterna luta contra o pó que insiste em penetrar, atrevida e sorrateiramente em nossas vidas e espaços!
                                                           

                                        

                                                                        
                                                                                                         
                                                       

2 comentários:

Suely Ribella disse...

QUERO LER

Quero ler tua alma,
quero te entender,
quero te dizer:
tua voz me acalma...
Quero ler tua mão,
teus olhos decifrar,
ler teu coração...
Quero te amar...
Quero brincar
de ser poeta, rimar
ou não, tanto faz...
quero dizer da paz
que você me traz...

Suely Ribella ©

Anônimo disse...


Lindo Suely Ribella! Voce me toca e envaidece! Obrigada óh bela imortal!