ALÔ, ALÔ
CARNAVAL!
Mataram o carnaval!
Sim, mataram o carnaval
saudável, aquela explosão de alegria e de beleza, a descontração em que
famílias inteiras, por séculos, brincavam juntas, unidas e com o mesmo prazer!
Na realidade, mataram-no já
há alguns bons anos e, não contaram para ninguém.
Assassinaram a alma do
carnaval, quando cercearam, eliminaram o seu perfume e, junto com ele, a
liberdade, a espontaneidade.
Barrada, abafada, presa em
camisa de fôrça a espontânea, pura e ingênua alegria do povo e de seus grupos
de indivíduos, as famílias que, uma vez enquadradas, foram se apagando até que
por fim, o carnaval de apagou, feneceu,
se diluiu e morreu.
O crime, é que no lugar do
velho, puro e bom carnaval, conduziram algumas peças desgarradas do núcleo
familiar, para outra fantasia.
Deixaram de fantasiar as pessoas,
para fantasiar o carnaval que, de festa de confraternização familiar e social,
se tornou proletária e alcançou as ruas, conduzindo indivíduos avulsos em
blocos, sob bandeiras e estandartes.
Criou-se a concorrência do
proletariado que sua a camisa o ano
inteiro, para desfilar pela sua bandeira, pela sua “escola” , por seu
estandarte.
Foi perdida a espontaneidade, a
liberdade, pela apoteose dos brilhos, das purpurinas, dos altos saltos a repicar sobre o asfalto das passarelas.
Acabaram com os lança perfumes e,
sem os cuidados e naturais censuras das
famílias e dos clubes sociais e familiares, ao ganhar as ruas, ganharam também
a liberdade de se deixarem seduzir por outras drogas que, se ilegais também,
percorrem as ruas e os becos como as passarelas.
Mais difícil o controle em campo
aberto. O proibido o clandestino, passou a ser objeto de desejo e de
sedução.
As bebidas rolam pelas ruas tanto
quanto o suor dos corpos tatuados, pintados, enfeitados e expostos na
exuberância das sinuosidades da nudez que, moldada por silicones e próteses, se
enfeita com plumas e paetês.
Hoje, parte do povo paga para assistir
a outra parte sambar comandada pelas baterias, sob a batuta daqueles que
investem nas bandeiras e estandartes, ao ritmo dos interesses daqueles que
custeiam e financiam a disputa fantasiada de alegria.
2 comentários:
Mariza
Este texto relata uma grande verdade, realmente mataram o nosso velho Carnaval.
Beijos
Sonia
carnaval, meu aniversário!!! j´[a é a 3 x que tento escrever algo aqui e não consigo compartilhar, acho que eles pensam que eu sou um robô heheh...bjs te amo
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