sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

ALÔ, ALÔ CARNAVAL!

                           
                                            
                       ALÔ, ALÔ CARNAVAL! 

                   Mataram o carnaval! 

                   Sim, mataram o carnaval saudável, aquela explosão de alegria e de beleza, a descontração em que famílias inteiras, por séculos, brincavam juntas, unidas e com o mesmo prazer!

                  Na realidade, mataram-no já há alguns bons anos e, não contaram para ninguém.

                  Assassinaram a alma do carnaval, quando cercearam, eliminaram o seu perfume e, junto com ele, a liberdade, a espontaneidade.

                 Barrada, abafada, presa em camisa de fôrça a espontânea, pura e ingênua alegria do povo e de seus grupos de indivíduos, as famílias que, uma vez enquadradas, foram se apagando até que por fim,  o carnaval de apagou, feneceu, se diluiu e morreu.

               O crime, é que no lugar do velho, puro e bom carnaval, conduziram algumas peças desgarradas do núcleo familiar, para  outra fantasia.

              Deixaram de fantasiar as pessoas, para fantasiar o carnaval que, de festa de confraternização familiar e social, se tornou proletária e alcançou as ruas, conduzindo indivíduos avulsos em blocos, sob bandeiras e estandartes.

             Criou-se a concorrência do proletariado que sua a camisa  o ano inteiro, para desfilar pela sua bandeira, pela sua “escola” , por seu estandarte.

            Foi perdida a espontaneidade, a liberdade, pela apoteose dos brilhos, das purpurinas, dos altos saltos  a repicar sobre o asfalto das passarelas.

           Acabaram com os lança perfumes e, sem os cuidados e naturais censuras  das famílias e dos clubes sociais e familiares, ao ganhar as ruas, ganharam também a liberdade de se deixarem seduzir por outras drogas que, se ilegais também, percorrem as ruas e os becos como as passarelas.

           Mais difícil o controle em campo aberto. O proibido o clandestino, passou a ser objeto de desejo e de sedução. 

           As bebidas rolam pelas ruas tanto quanto o suor dos corpos tatuados, pintados, enfeitados e expostos na exuberância das sinuosidades da nudez que, moldada por silicones e próteses, se enfeita com plumas e paetês.

         Hoje, parte do povo paga para assistir a outra parte sambar comandada pelas baterias, sob a batuta daqueles que investem nas bandeiras e estandartes, ao ritmo dos interesses daqueles que custeiam e financiam a disputa fantasiada de alegria.          

                                                    
                                                   

2 comentários:

Anônimo disse...

Mariza

Este texto relata uma grande verdade, realmente mataram o nosso velho Carnaval.
Beijos

Sonia

Gisele Cezar disse...

carnaval, meu aniversário!!! j´[a é a 3 x que tento escrever algo aqui e não consigo compartilhar, acho que eles pensam que eu sou um robô heheh...bjs te amo