sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

POSTAGEM EMPRESTADA MAS FAMILIAR



                          POSTAGEM EMPRESTADA MAS FAMILIAR:


                          
                          Até agora tenho postado apenas textos meus, no entanto hoje tomo a liberdade de apresentar texto de uma sobrinha que disse" ter deixado morrer a poesia quando fez filosofia", deixo o julgamento a cargo de voces:

                     
                                                 

·         DESATINO

De tanto juízo acumulado
Parece-me que já não sei mais escrever
E o que antes era intuição
Tornou-se hoje enfado calculado

Sabe, é muito fácil enxergar quando os olhos estão abertos, não são os pés no chão e nem a mente nas alturas que nos mostrarão a estrada que em nossos sonhos infantis cravamos de pedrinhas de brilhantes.
O juízo é algo desnecessário no mundo da criação e a inspiração carece de delírios e de devaneios, pois o artista habita no mundo da incerteza e o que hoje era vivo, amanhã estendido no chão é morto e esquecido.
Há algo no reino das palavras que pincel nenhum conseguirá significar e todo livro escrito, rima com imagens que letradas, estruturam suas figuras comportamentais.
O cumprir a vida é muito pouco para quem pode fazer mais, por isso:
Se eu fumasse seria o ópio dos poetas.
Se eu bebesse seria o vinho dos profetas.
Se eu jogasse seria como o pião no tabuleiro de xadrez.
E se eu amasse seria livre no corpo de qualquer um.
Então, como quem sabe fazer frases de efeito, eu impactuaria o mundo e teria permissão de expressão.
Que posso fazer se carrego no peito o desejo insatisfeito de voar?
Tentei colocar atrás das grades minha capacidade de imaginar e como quem se encaixa na mudez mórbida dos destinos operários, esforcei-me em empreender o mundo do trabalho e os amigos que antes enlouqueciam, hoje compram carros embevecidos!
É, são os chãos por onde piso e às vezes cheia de vida já não tenho mais vontade de continuar.
Parece que o riso secou e árido o que antes era ímpeto rachou na secura do calor e os pássaros que as vezes sobrevoam minha cabeça, gorjeiam antigos contos que eu poderia ter escrito, mas os homens sérios, exigem seriedade e tudo o que poderia ser riso não pode mais mostrar o seu esplendor
Então acho que de siso o mundo esta farto e o que tenho para oferecer são sonhos e fantasias, são olhos e utopias, são minhas mãos vazias prontas a acariciar suspiros, tenho ainda abrigo e calor, mas como se tudo isso fosse pouco, tenho também o desatino, que como parente mais próximo capacita-me passar ao largo daquilo que chamam de juízo.

Gisele Cezar

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Um comentário:

Anônimo disse...

Mariza
O estilo de sua sobrinha é diferente do seu,mas escreve muito bem .
Gostei muito.
Bjs
Sonia