Minha gata cheirosa, mimosa, catita, minha Ta’Tita, querida pequena! Como me dá pena estar longe de você!
Ta’Tita formosa, sempre dengosa, vaidosa e delicada de talhe e formação, educada, gentil e grande coração!
Minha mãe pequena! Professora primeira de modos e educação, assim como das letras, dos números e das ciências, história ou geografia, das biografias dos nossos e de vultos históricos.
Ensinava e brincava, ás vezes ralhava, pitos passava, ameaças fazia, e como as fazia enquanto ralhava bem!
Educadora ás antigas, dura quanto á educação, era toda cortesia , cheia de mesuras e de boas maneiras que fazia por ensinar, transmitir com seu exemplo, incutir no dia a dia, em todos os momentos e, enquanto isso fazia, minha cabecinha de pequena, povoava de sonhos mil, com história e estórias suas, de antepassados nossos, das gentes do nosso Brasil.
Contava e transmitia também história e estórias do mundo e dos contos da carochinha, de fada e de magia, de rainhas, príncipes e reinos encantados; contava as fábulas de La Fontaine, contos de Anderson e Grinn, até mitologia encaixava com graça e habilidade, sempre procurando os bons exemplos de tudo extrair para transmitir a vitória do bem, a vantagem de ser bom.
Fazia questão de etiquetas á mesa, em casa e em sociedade, lapidava as maneiras, construía a formação, cuidava da aparência, ensinando não só a indispensável higiene, como o bom gosto e, incentivava a vaidade!
Ta’Tita exigia docilidade, cultivava a bondade e a discrição. Ta’Tita a minha Turrica, me ensinou que mentir é feio, que a preguiça é pecado, tanto que apesar de crente por religião, dava como exemplo contra o desperdício, em favor da parcimônia, Santa Terezinha que, em moça jogava sobras de linha, indo ao purgatório antes de ao céu alcançar.
Toda ciosa da sua formação de educadora, da missão escolhida por livre escolha, de mãe pequena, cuidava intransigentemente dos detalhes, das minúcias da minha educação.
Transmitiu-me desde que eu era pequena, conhecimentos e amor ás artes, sem contudo me permitir qualquer arte, maus modos ou má-criação.
Cresci com ela em idade e personalidade e, dela hoje sinto enorme saudade, pois sempre a quis tanto!
Sempre tão mimosa, tão dengosa, tão frágil de talhe e sensibilidade, mas sempre a soube uma rocha, firme em vontade, rija e forte essa minha mãe-pequena!
Essa Ta’Tita, Turrica do meu coração!
2 comentários:
BELA HOMENAGEM!
QUE SAUDADE DOS TEMPOS ONDE A EDUCAÇÃO VALORIZAVA O SER HUMANO...
MUITO, MUITO BONITO.
beijos,
Cleide
Querida Mariza,a verdadeira educação não se faz só na escola...é um conjunto de valores humanos e sociais que hoje deixam muito á desejar...linda homenagem e muito bem escrita...como sempre!beijos Monica
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