domingo, 16 de setembro de 2018

CHUVA...

                                                                                                                                         
                CHUVA...
                                                                                                     


                        Temos tido já por largo tempo, chuva intermitente que se alterna em um único dia e assim fazendo alternância entre dias da semana e mesmo para mais de mês, com um solzinho entre medroso e atrevido, que tem dado as caras enquanto brinca de esconde-esconde com a chuva mais ou menos forte, trazendo frio de humor também instável.
                    Assim têm estado o meu humor, ao sabor do clima e suas alternâncias.
                    Estava a bem pouco a tiritar de frio enquanto espiava a chuva e essa, me levou a outra e em outro ritmo, bem intensa e inesperada, chuva de outros tempos, tão outros que me fez lembrar de expressão antiquíssima que se referia aos tempos em que “chovia canivetes”.
                    Essa chuva dita de canivetes, na verdade eu nunca vi, entretanto vi e vivi o dia em que choveu lá em casa, outra que esquentou o tempo por muitos dias, e foi tão forte e inesperada que decorridos anos e deles décadas, ainda me surpreende e que se hoje me faz rir ou pelo menos sorrir, deixou marca e história, vez que incomum!
                   O dia a que me refiro foi aquele em que lá em casa choveu rabo de tatu!
                   Verdade que tal chuva foi de fato tão forte, dessas que a tudo arrasta, levando a léguas o que encontra e carrega.
                   Em casa choveu e foi chuva torrencial e enquanto a água escorria do nosso telhado, despencava levando junto diversos, na verdade muitos rabos de tatu!
                    Para quem não sabe ou não conhece, é chamado de “rabo de tatu”, uma espécie de relho que meu pai, filho de fazendeiro e íntimo desses artefatos, o comprava e solenemente o dependurava em um prego na copa lá de casa.
                   Aquilo era um símbolo de alerta para a ninhada!
                   Quantos ele ali os dependurasse, sumiam e sem dizer palavra, ele os repunha e isso tanto se repetia que se tornou um hábito ao qual eu e minha irmã pouco mais nova, mal dávamos atenção, mas com a intempestiva e esdrúxula chuva, meus irmãos menores sentiram o tempo esquentar ameaçador.
                   Acontece que os dois meninos, quietinhos vinham subtraindo na calada das noites, as temidas e ameaçadoras armas que atiravam ao telhado, uma após a outra e a chuva trouxe todas a baixo de uma só vez!
                  Contam as lembranças e a história da família que choveu “rabo de tatu” e foi só lá em casa!

                                                             Mariza C.C. Cezar
                                                                                                     

                                                                                                                                

5 comentários:

Sonia Miranda disse...

Muito boa a postagem.Adorei!Lembro bem do rabo de tatu!

Carlos Gama disse...

São histórias assim, contadas com a sua naturalidade de expressão, que nos distraem e nos levam a viajar por esses recônditos lugares de suas memórias de tempos distantes.
Rabos-de-tatu são petrechos que, felizmente, só vi de longe, mas me lembro bem, que as mangueiras de jardim eram de borracha...
Abraços, minha amiga!
Continue firme, fazendo bom uso de sua memória e nos brindando com essas histórias.

COSTELAS FELINAS EDITORA disse...

rabo de tatu não passou por mim , ainda bem... mas a varinha de marmelo... ai ai ...rssss
belo como sempre querida Mariza .

Unknown disse...

Parabéns, Mariza! Como sempre nos encantando com seus escritos. Adorei! Sou desse tempo.

Suely Ribella disse...

E choveu rabo de tatu! Adorei ter lido mais esta COISA DE MARIZA!
Abraço, Mariza!