CHUVA...
Temos tido já por largo tempo,
chuva intermitente que se alterna em um único dia e assim fazendo alternância entre
dias da semana e mesmo para mais de mês, com um solzinho entre medroso e
atrevido, que tem dado as caras enquanto brinca de esconde-esconde com a chuva
mais ou menos forte, trazendo frio de humor também instável.
Assim têm estado o meu humor, ao sabor do
clima e suas alternâncias.
Estava a bem pouco a tiritar de frio
enquanto espiava a chuva e essa, me levou a outra e em outro ritmo, bem intensa
e inesperada, chuva de outros tempos, tão outros que me fez lembrar de
expressão antiquíssima que se referia aos tempos em que “chovia canivetes”.
Essa chuva dita de canivetes, na verdade eu
nunca vi, entretanto vi e vivi o dia em que choveu lá em casa, outra que
esquentou o tempo por muitos dias, e foi tão forte e inesperada que decorridos
anos e deles décadas, ainda me surpreende e que se hoje me faz rir ou pelo
menos sorrir, deixou marca e história, vez que incomum!
O dia a que me refiro foi aquele em que lá
em casa choveu rabo de tatu!
Verdade que tal chuva foi de fato tão forte,
dessas que a tudo arrasta, levando a léguas o que encontra e carrega.
Em casa choveu e foi chuva torrencial e
enquanto a água escorria do nosso telhado, despencava levando junto diversos,
na verdade muitos rabos de tatu!
Para quem não sabe ou não conhece, é
chamado de “rabo de tatu”, uma espécie de relho que meu pai, filho de
fazendeiro e íntimo desses artefatos, o comprava e solenemente o dependurava em
um prego na copa lá de casa.
Aquilo era um símbolo de alerta para a
ninhada!
Quantos ele ali os dependurasse, sumiam e
sem dizer palavra, ele os repunha e isso tanto se repetia que se tornou um
hábito ao qual eu e minha irmã pouco mais nova, mal dávamos atenção, mas com a
intempestiva e esdrúxula chuva, meus irmãos menores sentiram o tempo esquentar
ameaçador.
Acontece que os dois meninos, quietinhos
vinham subtraindo na calada das noites, as temidas e ameaçadoras armas que
atiravam ao telhado, uma após a outra e a chuva trouxe todas a baixo de uma só
vez!
Contam as lembranças e a história da família
que choveu “rabo de tatu” e foi só lá em casa!
Mariza C.C. Cezar
5 comentários:
Muito boa a postagem.Adorei!Lembro bem do rabo de tatu!
São histórias assim, contadas com a sua naturalidade de expressão, que nos distraem e nos levam a viajar por esses recônditos lugares de suas memórias de tempos distantes.
Rabos-de-tatu são petrechos que, felizmente, só vi de longe, mas me lembro bem, que as mangueiras de jardim eram de borracha...
Abraços, minha amiga!
Continue firme, fazendo bom uso de sua memória e nos brindando com essas histórias.
rabo de tatu não passou por mim , ainda bem... mas a varinha de marmelo... ai ai ...rssss
belo como sempre querida Mariza .
Parabéns, Mariza! Como sempre nos encantando com seus escritos. Adorei! Sou desse tempo.
E choveu rabo de tatu! Adorei ter lido mais esta COISA DE MARIZA!
Abraço, Mariza!
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