domingo, 17 de setembro de 2017

ARIDEZ









                 
                                ARIDEZ







                Aridez intelectual, criativa ou produtiva é algo estarrecedor, nos faz sentir estéril, seca, oca mesmo que o interior esteja efervescente, com angustias oriundas de consciência excessivamente escrupulosa.!
                Essa danada categoria de consciência é no mínimo incomoda, quando não chega a congelar, estende seus tentáculos por todos os órgãos do nosso corpo e fimbrias do nosso ser e coração.
                Não me olhem de esguelha e não me acusem, pois em sã consciência sei que não cometi crime e menos ainda atropelei ninguém, apenas premida pelas circunstâncias, em determinado momento fui evasiva e isso foi o bastante para que a danada da consciência tenha ficado a me atormentar, ocupando todos os espaços e sufocando a liberdade de ser e de me estender pelo mundo da fantasia, sequer da poesia.
                A realidade por vezes é crua, dura e vivemos em mundo absurdamente capitalista regido por inescrupulosos, e  por vezes encontramos circunstâncias em que nos sentimos acuados e impotentes e isso,  afronta e massacra, nos reduzindo a suprassumo de pó de nada e nos induz a crianças assustadas fazendo-nos, reagir como tal.
                Não me justifico e nem se trata de autodefesa, apenas tentativa de pegar essa criança no colo, acalmá-la e fazê-la reviver.
                Tão bom o viver e o sonhar!
                Tão gostoso confraternizar com outros iguais ou mesmo com os desiguais e ainda com personagens frutos da fantasia ou mesmo os reais enfocados e apresentados com as roupagens e adereços da liberdade poética dos nossos devaneios ou criatividade!
                Procurarei saber se já encontraram a mensuração e tratamento para a consciência escrupulosa, vez que se fala tanto em inteligência emocional, por certo já se poderá analisar e tratar as diferentes categorias de consciência que carregamos e que em qualquer oportunidade pula do baú do inconsciente para perturbar o cotidiano.

                                                                   Mariza C.C. Cezar



                                                                       
                                                                


                

3 comentários:

Flávio Tallarico disse...

Cara amiga: a degradação moral do ser humano é um fato consumado. As origens desses comportamentos vêm de longe. Somos criaturas em evolução para extinguir a espécie humana, recriando outra espécie que desconhece o amor, a fraternidade e o bom comportamento. Embora vivos, já não pertencemos mais a este mundo. Acabou o encantamento e, com ele, foi-se a poesia. Tudo isto está muito bem descrito nessa sua bela crônica. Parabéns e um grande abraço.

Mario disse...

O que fazer com minha consciência? Simples, faze-la crescer, sempre, aprender sempre, maturá-la, sempre! Do mais, deixar que as coisas aconteçam, como quer cada um, pessoas próximas ou distantes; que colham o fruto da(s) semente(s) que plantaram! Nada posso fazer mesmo, para mudar o rumar das coisas! Difícil, vejo, mudar a mim mesmo! Não tenho mais esta pretensão, ela, é desprovida de intelectualidade! Posso parecer ''árido'', mas, cuido de mim, para depois disto, aceitar o meu próximo!

Jouvana disse...

Uma ótima crônica para refletir!!