A TERRA...
A
Terra está doente!
Pobre Terra está sofrida, judiada, explorada,
desrespeitada e vilipendiada!
O
nosso Planeta Azul está se congelando, incendiando, derretendo, está sofrendo e
chorando o desrespeito, a afronta, o abuso e descaso!
Chora
Terra, chora aqui e se consome e arde toda ali e arrasta em seu choro e
revolta, terras, árvores ,cimento, carros e vidas e ardendo, se incendeia e
ergue-se mais adiante em ardores e clamores mudos, mas com eloquentes e
dançantes línguas de fogo, labaredas e ondas tóxicas e de negras e densas
fumaças a tudo envolver e sufocar, a todos engasgando, cegando, irritando, olhos,
brônquios, pulmões!
São
matas devastadas, povoados arrastados, vidas sacrificadas, civilizações
destruídas e o sacrifício de gerações arrasado em cinza, lama ou pó!
Invadidas
e ultrajadas foram suas vastas extensões de terra, águas, matas, na verdade sua
alma terra e ninho, seu celeiro, seu
barro artesanal do qual se erguiam moradias
e monumentos, seus extensos pastos e animais dos mais diferentes
espécimes, suas florestas cheias de
vida, ricas de sombras, animais, frutos e flores embaladas pelo cantar do vento
e dos pássaros, o grito da hiena, o rugir das feras, o compasso macio dos
felinos e a algazarra dos macacos de galho em galho de árvore em arvore!
O
cristalino das águas límpidas, transparentes umas, calmas ou caudalosas outras,
formando diáfanas cortinas nas quedas das águas, densas barreiras líquidas que
se atropelam respingando em tudo e todos ao entorno e que enlevam a reverentes
êxtases que nos fazem sentir como que em batismo atávico!
No
entanto se ali corre líquida ou lamacenta, barrosa a tudo arrastando,
carregando, destruindo e jogando no mar que se faz poluído, adiante seca e árida,
greta, racha, se parte e se reparte assolada e se esvai em sede e fome!
Mais
adiante ainda a Terra, se em outro ponto a ventania a congela, se cobre e
atapeta de gelo que a tudo mata, queima, quando vendaval violento e
descontrolado, a tudo arranca e assola, devasta!
Nossa
casa, sagrado lar! Geia, Gaia, Mãe Natureza, nosso abrigo, nosso chão! O que
fizemos com o nosso berço?
Que triste e inconsequente a nefasta
ganância do bicho homem!
Conta
a história que Nero o Imperador Romano matou á sua Mãe e todos nos horrorizamos
quando estudamos isso, mas não somos todos matricidas? Nossa ignorância e
doente sede de poder nos levou através dos séculos a conquistar e a “plantar
nossas bandeiras” em longínquas terras! Desbravamos mares em busca de novas
terras e de suas riquezas, descobrimos continentes, conquistamos imensas áreas,
aniquilamos povos e extinguimos raças e culturas! A tudo e a todos impomos
inconsequentes e pretensiosos a nossa cultura, tão despida de alma e de amor!
Se
até á Lua fomos e agora “garimpamos” Marte!
Até
aonde e até quando levaremos morte e destruição em nome de Deus e da Cultura?
Esse
enorme ego humano não nos deixa ver que temos nos comportado não apenas como
uma peste infame, assassinos do planeta e da humanidade, suicidas e matricidas
inconsequentes!
Mariza C.C. Cezar