sábado, 25 de julho de 2015

INVENTÁRIO...

                                                                                                             









                                                     INVENTÁRIO...
                                            

                                                                 
Senhor!



            Vinte e cinco anos e... alguns meses, dias e...horas! É muito tempo! Uma eternidade!
           Eternidade doída, sofrida, em que as penas se pagam a buscar penas por vezes inexistentes, irreais e, no mais das vezes descumpridas.
           Tal tempo decorrido se escoou ou se arrastou incolor e amorfamente no vazio do ser, ter ou fazer porque ao que se constata, nada resultou em enfoque positivo que não o de pagar penas e apenas isso, deprime e angustia o ser por não ser.
           São ou foram vinte e cinco anos decorridos e ao enfocá-los agora, assim tão descoloridos, turvam-se meus olhos, em choques de vermelho e cinza, em iras de sangue e fogo, por sobre o triste do que restou.
           Dizem que o vermelho é a cor símbolo da Justiça e passados esses anos, esse tempo contado e desperdiçado, perdido entre o símbolo rubro-palaciano de um Poder Institucional, me pergunto como pode o cinza a ele mesclar-se  ou mesmo chocar-se ou, seria ele, esse cinza, o símbolo da venda esquecida na figura que empunha a lança e sustém a balança? Ao certo não sei, sei apenas que essas cores se cruzam no inventário dessa eternidade perdida.
                                       Mariza C.C. Cezar
                                     Stos, 21/08/1986
            
             

3 comentários:

Flávio Tallarico disse...

Cara amiga. Visitei seu blog e li sua crônica Inventário:"turvam-se meus olhos,em choques de vermelho e cinza, em iras de sangue e fogo, por sobre o triste que restou"
Inspiradíssima. Parabéns.

Anônimo disse...

Belo texto, amiga Mariza. Obrigada por compartilhar. Beijo,
Cida Micossi

Carlos Gama. disse...

Excelente, minha cara Mariza! Excelente e ao mesmo tempo triste, por conta da crueza da realidade indiscutível.