FISGADA PELAS GUELRAS
Nadando pelas marés do quotidiano na internet, encontrei
um texto em que admirável amiga e escritora, reproduziu de um de seus vários
livros, texto em que indagava “Quem nunca?”
Essa indagação em preto sobre fundo branco saltou aos
olhos e ecoou em diferentes decibéis, enveredando por diversos caminhos,
ressoando aos meus cativos ouvidos e percorrendo todas as fimbrias do meu ser,
corpo e alma, me fez vibrar intensa e diversificadamente em indagações e repercussões
que sacudiram e arrebataram todo o meu ser.
Assim fisgada, enganchada, não pela boca, mas pelas
guelras, passei a respirar nuances de indagações sobre os possíveis “Quem
nunca?”, com plenas repercussões e os mais variados caminhos de corpo e alma!
Na verdade, “Quem nunca” desejou a morte querendo
desesperadamente sentir a vida? “Quem nunca” duvidou da fé clamando em mudo
silêncio ou em altos brados pelas bênçãos celestiais? “Quem nunca” questionou dogmas
e certezas frutos da fé como da lógica ou ciência?
“Quem nunca” se sentiu perdido, só, desprotegido,
descrente de suas certezas atávicas e dons místicos ou legados e bagagens
espirituais?
Quem neste mundo ou em outros, não buscou
desesperadamente o eco de seu ser, para se crer ou reconhecer ou ainda se
encontrar, no afã de se identificar com seu próprio ser, sabendo de verdade
quem ou o que ser?
Quem neste mundo não se perdeu desesperadamente em
perguntas e devaneios em busca de respostas antes nunca cogitadas ou indagadas?
Quem nunca...?
Quem?
Mariza C.C. Cezar