domingo, 10 de junho de 2018

DE CÁ A ACOLÁ

                                                                                                                                                       
                DE CÁ A ACOLÁ
                                                                                          

                Adolescente e moça mal saída dos cueiros e fraldas, brinquedos e muitos livros de estórias de mundos da fantasia com seus reis, príncipes, rainhas e princesas, conservei românticos sonhos de que o mundo seria um país das maravilhas e reinos encantados.
                Tropecei é verdade com algumas bruxas e dragões, mas acreditava piamente ser capaz de vencer a todos eles com a minha sabedoria, espírito indômito, coragem e a ajuda do bem de que me sentia merecedora e afilhada. Acreditava em Deus, em mim, na verdade e justiça!
                Sabia ser detentora do merecimento, do poder e da força. Triunfaria!
                Pobre moçoila tola!
                Certo é que sempre encontrei bruxas e alguns bruxos e ilusionistas, outro tanto de dragões aos quais deixava para trás, dando-os por vencidos assim como às dificuldades, mais certa ainda de ser abençoada pois cria totalmente na vitória do bem e dos bons!
                Mal sabia que tantos e tão doídos e diversificados seriam os percalços e que ao largo da caminhada, a estrada poderia ser pedregosa, íngreme ou tortuosa e que suas forças mal carregariam á armadura ou sustentariam as roupagens e que os ossos de seu esqueleto teriam dificuldades com as intermináveis e monótonas retas ou com curvas e sinuosidades assustadoras que se descortinavam inesperadamente ao longo da viagem pelo mundo real e menos ainda que a solidão seria sua comensal e companheira diuturna a cada despertar do sol ou quartos da lua com seus jogos de claro e escuro a cadenciar a vida.

                                                           Mariza C.C. Cezar