DE CÁ A ACOLÁ
Adolescente e moça mal saída dos cueiros e fraldas,
brinquedos e muitos livros de estórias de mundos da fantasia com seus reis,
príncipes, rainhas e princesas, conservei românticos sonhos de que o mundo
seria um país das maravilhas e reinos encantados.
Tropecei é verdade com algumas bruxas e dragões, mas
acreditava piamente ser capaz de vencer a todos eles com a minha sabedoria, espírito
indômito, coragem e a ajuda do bem de que me sentia merecedora e afilhada. Acreditava
em Deus, em mim, na verdade e justiça!
Sabia ser detentora do merecimento, do poder e da
força. Triunfaria!
Pobre moçoila
tola!
Certo é que sempre encontrei bruxas e alguns bruxos e
ilusionistas, outro tanto de dragões aos quais deixava para trás, dando-os por
vencidos assim como às dificuldades, mais certa ainda de ser abençoada pois
cria totalmente na vitória do bem e dos bons!
Mal sabia que tantos e tão doídos e diversificados
seriam os percalços e que ao largo da caminhada, a estrada poderia ser
pedregosa, íngreme ou tortuosa e que suas forças mal carregariam á armadura ou
sustentariam as roupagens e que os ossos de seu esqueleto teriam dificuldades
com as intermináveis e monótonas retas ou com curvas e sinuosidades
assustadoras que se descortinavam inesperadamente ao longo da viagem pelo mundo
real e menos ainda que a solidão seria sua comensal e companheira diuturna a
cada despertar do sol ou quartos da lua com seus jogos de claro e escuro a
cadenciar a vida.
Mariza C.C. Cezar