A DECIMA TERCEIRA CARTA
Não estou pretendendo inovar,
muito menos ser o pai ou a mãe da “criança”, o caso é que me surpreendi a
filosofar sobre como a certa altura da vida, passamos a perceber que realmente
morremos pouco a pouco.
Sim, pode-se até não se notar,
mas a cada decepção sofrida, a cada elo partido nas afetividades de toda uma
vida, ao se constatar destruído o crédito em pessoas que sempre tivemos como
afetos certos e incontestes, nós morremos um pouco e assim, pouco a pouco,
pedaços a pedaços das certezas e afetividades ruídas, ruímos com elas de etapa
a etapa.
A morte para alguns é
surpreendente e prematura, para outros uma doce ou aterrorizante surpresa e
para outros ainda, ela se anuncia imperceptível e intermitente!
Essas mortes afetivas repercutem
na alma e vão deixando marcas indeléveis no físico com a morte de neurônios
agredidos, confrangidos.
De morte a morte, vamos vivendo
ou sobrevivendo, buscando a fé e manter a esperança, mas não seremos mais por
inteiro.
Parte e, por vezes grande parte
de nós morreu com a morte afetiva e com as crenças destruídas.
Espero que enquanto restar um
pouco que seja, de mim, eu viva intensa e convicta na certeza de que chorando
aos lutos da caminhada, ainda há vida e “EU SOU”, e a Onipresença Divina vive
em mim!