DONA ENIR,
Sei minha
mãe que você abominava o seu nome, o achava pequeno, espremido, que antipatizava
mesmo com ele e dizia em tom caricato, com uma pronuncia toda sua, que ele era
Enirrrrrrr, um nomezinho antipático que suas irmãs mais velhas, como moçoilas
pernósticas e sonhadoras tinham escolhido para a caçula de doze filhos, a “raspa
do tacho”.
Sei
também que sempre que possível você usava: “Nina”, fugindo do nomezinho espremido
e pretensiosamente romântico, pois suas irmãs mais velhas tiraram o seu nome do
alfabeto particular da família materna, Escobar e que seu significado, nessa língua
particular, quer dizer Amor!
Minha mãe
muito amada, eu gosto do seu nome, creio que ele sempre lhe caiu muito bem,
pois se alguém no mundo poderia ser chamado de AMOR, esse alguém não poderia
ser outra pessoa, só poderia ser você, mãe-amor!
Você
minha querida, povoa todas as minhas memórias como expressão máxima do amor,
mãe amorosa, mãe dedicada, mãe leoa na defesa da ninhada!
Sou a
filha mais velha dessa ninhada de quatro, sendo duas meninas e dois meninos, e
justamente eu, sua primeira filha, estive pouco, pelo menos para mim foi pouco,
muito pouco tempo com você, pois você, minha mãe querida, acabou por forças das
circunstancias priorizando os cuidados com minha irmã que nasceu depois de mim, loirinha e de grandes olhos
verdes, enquanto eu cedia aos encantos do tio Luiz e da tia Tita, seus e meus
padrinhos de batismo e ainda seus de casamento, adoráveis tios-pais, pois você
também cresceu na casa deles desde que, vovó ficou doente.
Mãe
minha, vida rica em idas e vindas da sua casa para a deles, da deles para a
sua, e se esse ir e vir enriqueceu e coloriu minhas experiências desde meus três anos de idade, também muito me
furtou do seu carinho, do seu contato,porém do seu amor sei que não, pois
sempre tive consciência dele, sempre me senti muito amada por eles e por você.
Hoje minha querida Dona Enir, braba mãe
guerreira e mãe carinhosa, mãe cuidadosa, zelosa, mãe-amor sempre! Hoje não
estou aqui para dizer de mim, nem de tudo o que com você aprendi, hoje minha
mãe amada, simplesmente quero lhe festejar, dizer do meu amor e saudade e para
você cantar, nem que desafinadamente o “parabéns a você”!
Não
importa se você está em outra dimensão cósmica, eu a sinto junto a mim, você
faz parte não apenas das minhas memórias, você está no meu DNA, assim como
eternamente no meu coração e bem querer!
Eu sou um
outro você, e mais do que qualquer outro você ou ser, VOCÊ minha mãe amada, é e
sempre será integrante e plenamente parte de mim e eu de você!
Hoje seu
filho caçula, o Luiz Antonio, me ligou querendo, ao falar comigo, festejar um
pouco você, aliás isso é coisa que ele deve ter aprendido comigo, pois durante
muitos anos, ligava para ele perguntando: “Luiz, sabe que dia é hoje ? Sete de
agosto,aniversário da mamãe, a nossa leoa! Saudade!” e hoje foi ele quem fez
isso, ligou para mim e juntos, festejamos um pouco você e compartilhamos as
nossas saudades e lembranças.
Por falar
nele, hoje ele, o seu caçula, já é avô e também é pai mais uma vez, imagine que
quis seguir o exemplo do vovô Jovelino, com 68 anos é pai de um lindo menino
que agora dia 02 p.p, completou 09 anos! Coisa de louco, não é mamãe?
Mãezinha,
a família é grande, e você deve estar acompanhando mesmo de longe, o andar das
carruagens e sabendo dos progressos e andanças de todos os da Célia e do
Carlinhos.
Então
Dona Enir Moraes Camargo de Cerqueira Cezar, meu eterno carinho, e grande
abraço, por este marco de vida que você deixou em nossos corações!
Feliz
aniversário!
Beija-a
sua filha
Mariza C.C. Cezar